70 ANOS DA CRIAÇÃO DO ESTADO
DE ISRAEL
- Por Éder Israel
Disponível
em:
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acesso em 30 mai. 2018
A
criação do Estado de Israel pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1947
suscitou uma série de conflitos e contradições geopolíticas na região do
Oriente Médio, e estes conflitos perduram até os dias de hoje, sendo que as
perspectivas futuras estão distantes de apontar para a solução da questão, uma
vez que as agressões mútuas entre judeus e árabes reacendem diariamente a chama
das disputas territoriais regionais, ampliada sempre pelas divergências
religiosas e étnicas entre israelenses e palestinos.
Os
judeus, barbaramente massacrados durante pelo holocausto realizado pelo nazismo
alemão no contexto da Segunda Guerra Mundial, tinham historicamente o sonho de
retornarem à terra prometida de Jerusalém, de onde haviam sido no passado
expulsos pela expansão do Império Romano, durante a Segunda Diáspora Judaica no
ano de 70 d.C. Porém, com a queda do Império Romano houve o fortalecimento dos
povos persas que passaram a dominar a região. Já no século 7º d.C., os árabes
muçulmanos conseguiram ocupar a região da Terra Santa, dando a ela um valor
simbólico tal qual já ocorria por parte dos judeus.
A
região da atual Palestina passa a ser dominada pelo Império Otomano a partir do
século XVI, processo de dominação que durará até o final da Primeira Guerra
Mundial, quando os otomanos, apoiadores da Alemanha na guerra, são derrotados e
perdem o controle da região, transferindo o seu domínio aos países da Aliança,
vencedores da guerra.
Cabe
mencionar que os árabes apoiaram os países aliados nos conflitos com as nações
da Entente, o que colocou os povos do Oriente Médio (aqueles de origem árabe)
na condição de “vitoriosos” contra o Império Otomano, derrotado na região. Por
conseguinte, estes povos se sentiram na condição de “parceiros” dos reais
ganhadores da guerra.
Deste
modo, os países da Aliança prometeram aos povos árabes a criação de um Estado
independente da Turquia, sob sua liderança após a Primeira Guerra Mundial,
porém, há nisso duas questões importantes: em primeiro lugar, já havia nesta
região uma relativa quantidade de povos de origem judaica, que passaram a
imigrar para lá, ainda no século XIX (a partir de 1850, principalmente); e em
segundo lugar, o fato de que após a I Guerra, franceses e britânicos dividiram
entre si o controle da região, tendo estabelecido as fronteiras dos territórios
da Síria, Iraque, Líbano, Palestina e Jordânia, sendo essas novas fronteira
reconhecidas na época pela recém criada Liga das Nações.
Portanto,
este período pós-conflito será marcado pela dominação europeia, sendo conhecido
como a era dos mandatos francês e britânico, em que os europeus não criaram o
Estado árabe independente prometido durante a primeira grande guerra, e mais do
que isso, estas duas potências ocidentais passaram a dominar a região da
Palestina, tal qual ocorria com o Império Otomano, antes da derrota das nações
da Entente.
No
contexto do Mandato Britânico, no início da década de 1920, os ingleses dividem
formalmente a “Palestina” em duas zonas distintas (chamadas de Distritos
administrativos), sendo que os judeus que ali se encontravam teriam o direito
de permanecer nas terras compreendidas entre o Rio Jordão e o litoral (lado
oeste dos Distritos Administrativos). Os árabes discordaram em liberar estes
territórios para os judeus, assim como reivindicaram o cumprimento do acordo
firmado entre eles e as potências europeias durante a Primeira Guerra Mundial.
DISTRITOS
ADMINISTRATIVOS DO MANDATO BRITÂNICO
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acesso em 30 mai. 2018
Com
a situação fugindo ao controle, fruto das pressões dos povos árabes, buscando
conquistar o domínio e a soberania da região, aliadas ao aumento da população
judaica, atraída pelas concessões dos britânicos para a sua permanência nos Distritos
Administrativos, a Inglaterra acabou forçada a transferir para a recém criada
Organização das Nações Unidas - ONU, a decisão de gerir a questão territorial
da Palestina a partir de 1947. Neste ano, a Assembleia Geral das Nações Unidas
formaliza a divisão dos territórios palestinos e a criação de um Estado judeu.
A decisão da ONU faz parte da histórica Resolução 181, que por um lado satisfaz
aos judeus, mas por outro gera a ira dos povos árabes.
COMEMORAÇÃO
JUDAICA APÓS A RESOLUÇÃO 181
Disponível
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acesso em 30 mai. 2018
Os
povos árabes vizinhos negam a resolução da ONU e declaram guerra ao recém
criado Estado de Israel, dando início ao primeiro conflito entre os dois povos
após a II Guerra, o qual fica conhecido como a “Guerra da Independência”. Ao término de quase dois anos de guerra,
Israel sai vitorioso e consegue ocupar um território maior do que aquele que
lhe fora concedido pela Resolução 181. Inicia-se deste modo o processo de
expansionismo judaico, que até hoje gera conflitos na região.
Mesmo
com as contestadas ações militares expansionistas, Israel foi admitido como
Estado membro da Organização das Nações Unidas em 1949, o que de certo modo
acabou por legitimar as ações do Estado judeu, aumentando ainda mais as tensões
na região e o temor dos países árabes a respeito do cumprimento dos limites
territoriais propostos em 1947 pela própria ONU. Soma-se a isso as ameaças de
retaliação dos países que perderam territórios durante a Guerra da Independência.
Como
era de se esperar, após encerrada essa guerra, novas tensões são criadas na
região, e essas tensões passarão a estabelecer condições para o surgimento de
outros conflitos entre os árabes e os israelenses, o que se materializa na
metade da década de 1950, quando os países vizinhos passam a buscar meios para
a extinção do Estado de Israel, e para a reafirmação de sua soberania na região
a partir do contexto do pós Segunda Guerra Mundial, quando se estabelecia de
modo geral um novo ordenamento entre todas as nações do mundo, no período da
Guerra Fria. Em meados desta década eclode no Oriente Médio a chamada Guerra do
Suez.
A
partir de 1956 este novo conflito coloca em lados opostos os interesses de
árabes e judeus, desta vez relacionados com questões estratégicas e econômicas,
e não apenas territoriais. A Guerra do
Suez colocará o Oriente Médio definitivamente no contexto das disputas
ideológicas da Guerra Fria, uma vez que se materializam na região os interesses
geopolíticos dos Estados Unidos e da União Soviética durante a bipolaridade.
O
canal em questão estabelece uma rota vital para o comércio mundial, ligando o
Porto de Port-Said, no mar Mediterrâneo, ao Porto de Suez, no mar Vermelho
(ambos localizados no Egito). A vantagem trazida pelo canal é o estabelecimento
de uma ligação entre a Ásia e a Europa, sem a necessidade de se contornar o
continente africano.
Mesmo
gozando de certa “liberdade” após a I Guerra Mundial o Egito continua subjugado
aos interesses da Inglaterra, conforme ocorria desde o imperialismo do século
XIX, e portanto, os ingleses controlavam, administravam e lucravam com essa
importante rota comercial, ao passo que os egípcios (“donos” do canal” mão
tinham ganhos pelo seu uso. Essa insatisfação por conta da exploração externa,
somada à conivência do governo monárquico do Egito para com o jugo dos
ingleses, levou a um levante militar liderado por Gamal Abdel Nasser, que em
1952 derrubou o regime do rei Faruk, tendo o líder militar assumido o poder.
No
poder, Abdel Nasser inicia uma profunda reforma no país, baseada na estatização
do Canal de Suez e de empresas estrangeiras no país, o que afeta os interesses
das grandes potências europeias, assim como dos Estados Unidos, uma vez que o
petróleo do Oriente Médio havia se tornado estratégico para a potência americana,
e a rota pelo canal seria muito interessante. As medidas de Abdel Nasser
recebem amplo apoio da URSS, o que preocupa as potências ocidentais, pois esse
apoio representa a chegada definitiva do socialismo nesta porção da Ásia.
Mais
do que impedir a exploração econômica do Canal de Suez pelo ocidente, a ação do
Egito cria um preocupante isolamento para o recém criado Estado de Israel. Ao
verem fechada a sua possibilidade de lucros com o canal, Inglaterra e França
lançam uma ofensiva ao país árabe, enquanto Israel, temendo o isolamento faz o
mesmo. Com estas ofensivas militares, o Egito é derrotado, a Península do Sinai
é conquistada pelos israelenses e o Porto de Eliat (fechado pelos egípcios) é
reaberto, reduzindo o isolamento do Estado judeu.
Porém,
a aproximação entre Egito e URSS torna-se uma preocupação às potências
ocidentais, uma vez que os soviéticos passam a ameaçar a Inglaterra e a França,
e no contexto da Guerra Fria qualquer ameaça representava um risco de um
conflito nuclear. Assim, os Estados Unidos (aliados de franceses e ingleses)
começam, através da Organização das Nações Unidas, a pressionar a retirada de
Israel, Inglaterra e França dos territórios egípcios, o que acontece em
seguida, levando o Egito a reabrir o fluxo de navios através do Canal de Suez
como contrapartida.
Passadas
as tensões iniciais desencadeadas pelo controle da rota comercial do Suez, a
situação aparentemente tranquila que se desdobrava começa novamente a ruir e a
situação tende novamente para uma nova disputa territorial entre estas nações,
uma vez que o encerramento da guerra de 1956 foi “encerrada” muito mais por
pressão externa do que por concordância entre as partes envolvidas, e sabe-se
que quando uma guerra se “encerra” externamente, uma nova guerra surgirá a partir
de tensões apaziguadas a força nessas partes.
Assim,
ocorre em 1967 a chamada Guerra dos Seis
Dias, a qual pode ser vista e entendida como um desdobramento da Guerra do
Suez, ou antes, como um desdobramento de como o conflito de 1956 foi
“resolvido”. Portanto, pode-se dizer que a Guerra do Suez acabou mas não
terminou de fato. Preocupados com a capacidade militar demonstrada por Israel e
pelas intenções expansionistas apresentadas pelo Estado judeu, as nações árabes
passam a buscar meios de afirmarem sua soberania e garantir a integridade de
seus territórios; e mais do que isso, passam a buscar uma associação para
aniquilarem o Estado de Israel no Oriente Médio.
Há
nesse contexto o crescimento dos ideais do pan-arabismo, que defende a união
dos povos árabes contra o inimigo sionista. Esse ideário é defendido com afinco
pelo presidente egípcio, Gamal Abdel Nasser, que começa a buscar apoio nos
governos de Síria, Jordânia e Iraque. Juntamente à aniquilação do Estado de
Israel, o pan-arabismo defende o não alinhamento político dos países árabes com
as grandes potências ideológicas durante a Guerra Fria. Porém, a crise
econômica que afetava o Egito tornava o país mais contido a respeito de uma
nova guerra contra os judeus.
Temendo
a guerra que se aproximava, Israel inicia exercícios militares próximos às
fronteiras vizinhas, e manobras preventivas em relação às nações árabes, o que
cria um ambiente propício a um novo conflito bélico. Deste modo os países
começaram a se preparar para uma disputa, que já se mostrava inevitável, de
modo que após um ataque realizado pelo grupo palestino Fatah contra Israel,
origina-se uma resposta militar judaica contra os territórios da Jordânia, e
posteriormente um ataque israelense contra a Síria.
No
tabuleiro geopolítico da guerra, o Egito (mesmo quase falido) começa a
movimentar seus exércitos na Península do Sinai e fecha o estratégico Estreito
de Tiran, vital para a economia israelense. Pronto; estão lançados os dados e o
novo conflito é agora apenas uma questão de tempo e de uma das nações agir
primeiro...
Com
a formação de uma aliança entre seus vizinhos árabes, Israel retoma seus
processos expansionistas e anexa a porção oriental da cidade de Jerusalém, que
era controlada pelos palestinos desde a divisão dos territórios em 1947.
Começada a guerra, Israel rapidamente lança um fulminante ataque aéreo contra
as forças militares do Egito, minando as forças do inimigo e conquistando
imediatamente a Península do Sinai. Ao mesmo tempo, os israelenses lançam uma
ofensiva nos territórios palestinos e domina a Faixa de Gaza.
Incentivadas
pelas fáceis vitórias, as forças militares judaicas lançam ataques preventivos
contra a Síria, anexando também as regiões da Cisjordânia e das Colinas de Golã
(área estratégica onde nasce o rio Jordão). Os resultados da Guerra dos Seis
Dias deixam claro para o restante do mundo que o poderio militar de Israel é
praticamente insuperável para qualquer nação árabe vizinha, e que o projeto
sionista de expansão e conquista dos territórios vizinhos se mostra cada vez
mais possível e factual, elevando ainda mais o grau de tensão e incerteza na
região. Por outro lado, as ações externas em relação a esses conflitos se
resumiram à criação, pela ONU, da Resolução 242, exigindo que Israel devolvesse
as terras conquistadas, o que nunca foi totalmente respeitado/obedecido.
Tendo
expandido seus territórios ainda mais com esses conflitos de 1967, Israel se
mostrava cada vez mais forte na região, e as nações árabes continuam buscando
alianças militares entre si, para que se estabeleça uma força capaz de se
sobrepor ao poderio bélico do inimigo, que recebe auxílio político e
armamentista dos Estados Unidos. Nesse propósito, Síria e Egito retomam a
aliança mal sucedida da guerra anterior e passam a planejar uma retaliação
contra o Estado de Israel, para a reconquista dos territórios perdidos, o que
ocorre em 1973, quando se inicia uma nova guerra entre árabes e judeus.
EXPANSIONISMO
ISRAELENSE NA GUERRA DOS SEIS DIAS
Dispinível
em: <http://www.tiberiogeo.com.br/imagem/mundo/judeus_arabes_3.jpg>
acesso em 01 jun 2018
Em
1973, no dia do feriado judaico do Dia do Perdão, eclode a Guerra do Yom Kippur, egípcios e sírios lançam um ataque surpresa
contra as forças de Israel, as quais são pegas desprevenidas e fragilizadas,
criando uma ideia nos árabes de que a vitória dessa vez seria conquistada nas
regiões das Colinas de Golã e no Monte Sinai. Porém, passado esse furor
inicial, o Estado judeu começa a tomar o controle da guerra e passa a se
sobrepor militarmente sobre os inimigos. Inicialmente a Síria recua do front de
batalha e posteriormente as forças egípcias são encurraladas na região do
Sinai.
Porém,
no auge das batalhas, as pressões externas começam a fazer diferença nos
caminhos tomados pela guerra, uma vez que os Estados Unidos começam a
demonstrar cada vez mais apoio às ações militares israelenses, enquanto por
outro lado a União Soviética começa a discursar em prol da soberania do Egito
sobre a região da Península do Sinai. Estando o mundo no contexto da Guerra
Fria, o acirramento entre EUA e URSS poderia conduzir para um conflito nuclear
global, o que não era interessante para nenhuma das potências geopolíticas.
Assim, em 1973, a ONU estabelece os termos de um acordo de cessar-fogo entre
árabes e israelenses, porém a situação permanecia tensa na região.
Como
os conflitos o Oriente Médio estavam colocando em risco a segurança do mundo
como um todo, uma vez que acabavam por jogar Estados Unidos e União Soviética
para um acirramento militar extremamente perigoso, o que suscitou a necessidade
de se buscar vias diplomáticas para a minimização das tensões na região, o que
começa a se materializar nos Acordos de
Camp David, em 1978. Estes acordos capitaneados pelos EUA visavam a
amenização das tensões fronteiriças entre Egito e Israel, por meio da
assinatura de tratados de paz, da devolução da Península do Sinai ao Egito e do
reconhecimento por parte do presidente egípcio Anwar Al Sadat da soberania e
independência de Israel. Inicialmente o acordo pareceu um caminho que
conduziria enfim a região à paz duradoura, porém o assassinato de Al Sadat em
1981, por extremistas árabes, acabou por minar essa possibilidade.
REUNIÃO DOS
LÍDERES DOS EUA, EGITO E ISRAEL EM CAMP DAVID
Disponível
em: <https://jimmycarterinfo.files.wordpress.com/2016/03/jimmy_carter_sadat_begin.jpg?w=730&h=550&crop=1>
acesso em 01 jun. 2018
No
final da década de 1980 os conflitos voltam a ocorrer nessa região. O povo
palestino começa a criar uma série de insurreições populares contra as forças
armadas de Israel, que ficaram conhecidas como Intifadas. Essas intifadas
colocam em combate o povo palestino, armado com paus e pedras, contra o
exército judeu armado com poderio bélico e com apoio dos Estados Unidos. A
partir de 1987 se estabelece a Primeira
Intifada, e obviamente a escalada da violência é retomada na região. No ano
2000, a crescente presença de forças armadas de Israel na região da Esplanada
das Mesquitas, reduto palestino, deu origem a uma nova revolta popular que
ficou conhecida como a Segunda Intifada.
Já em 2008, quando um líder do grupo terrorista palestino Hamas, Khalid Meshal,
assumiu o governo da Faixa de Gaza, ele conclamou a população a se mobilizar
contra o Estado judeu, no que proclamou ser a Terceira Intifada.
REBELIÃO
POPULAR PALESTINA CONTRA O EXÉRCITO ISRAELENSE
Disonível
em: <https://i0.wp.com/litci.org/pt/wp-content/uploads/2016/03/intifada-h.jpg?resize=770%2C470&ssl=1>
acesso em 01 jun. 2018
No
final do século XX, com a nova escalada da violência na região, o mundo
novamente passa a voltar suas atenções para o Oriente Médio, e as grandes
potências voltam a arquitetar acordos que pudessem levar a paz para a região.
Nesse contexto, os Estados Unidos intermediam a aproximação entre judeus e
árabes, em busca do estabelecimento de um cessar-fogo definitivo entre as
nações e estabelecer a paz duradoura naqueles territórios.
Assim,
em 1993, se reúnem na Noruega a liderança dos povos árabes, representados pela Organização
para a Libertação da Palestina – OLP, criada em 1974 e presidida nessa época
por Yasser Arafat e a liderança dos
judeus, o então primeiro ministro de Israel Yitzhak Rabin. A mediação foi realizada pelo então presidente dos
Estados Unidos, Bill Clinton. Esses
encontros ficaram conhecidos como Acordos
de Oslo. Dentre as principais propostas desses acordos destacam-se a
retirada dos exércitos de Israel da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, além do
reconhecimento do direito dos palestinos de governar as áreas sob controle da
Autoridade Palestina. A nível internacional, esse avanço foi visto como uma
possibilidade real de paz entre os povos, tanto que os envolvidos (Yasser
Arafat, Yitzhak Rabin e Shimon Peres) foram agraciados com o Prêmio Nobel da Paz
no ano de 1993.
LIDERANÇAS
ÁRABES E PALESTINAS NO PRÊMIO NOBEL DA PAZ EM 1994
Disponível
em:
<http://jornalemtempo.com/_uploads/2016/09/nobel-da-paz-ex-presidente-israelense-shimon-peres-morre-aos-93-anos.jpg>
acesso em 01 jun. 2018
As
propostas realizadas em 1993 foram reafirmadas em 1995 na cidade de Taba no Egito,
quando foi realizada uma nova conferência de paz que ficou conhecida como Oslo 2, porém as mudanças nas lideranças
entre os povos árabes, judeus e americanos deram outros rumos para as
conversações e para as tentativas de se estabelecer a paz nessa região, e as
tensões foram retomadas no início do século XXI, criando novamente um ambiente
propício às disputas fronteiriças entre Israel e as nações vizinhas, tornando
cada vez mais distante a possibilidade de conquista de uma coexistência
pacífica no Oriente Médio.
Atualmente
os conflitos foram retomados com toda a força após a reconhecimento, por parte
do presidente dos Estados Unidos – Donald
Trump, de Jerusalém como a capital de Israel. Na conferência de 1947, a ONU
definiu que esta cidade fosse internacionalizada, sendo gerida e administrada pelos
dois povos, cabendo a Israel a sua porção ocidental, e aos palestinos a porção
oriental.
ASSINATURA DO
RECONHECIMENTO DE JERUSALÉM COMO CAPITAL DE ISRAEL PELOS ESTADOS UNIDOS
Disponível
em: <https://movimentorevista.com.br/wp-content/uploads/2018/02/trumpj.jpg>
acesso em 01 jun. 2018
Porém,
a decisão do governo estadunidense de transferir a sua embaixada da cidade de
Tel Aviv para Jerusalém trouxe uma reação imediata da população palestina e da
comunidade árabe. Mesmo nações ocidentais, como a França, se posicionaram
veementemente contra a decisão do presidente americano, e a preocupação mundial
se mostra explicável, pois hoje há uma grande rebelião popular na cidade de
Jerusalém e uma retaliação violenta das forças armadas israelenses, condenada
por várias entidades internacionais.
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