Questão 46
O
climograma apresentado a seguir e característico da região:
Fonte:
https://pt.climate-data.org/
a)
Nordeste, clima semiárido, com temperaturas médias elevadas e estáveis, com
chuvas escassas e mal distribuídas.
b)
Sudeste, clima tropical de altitude, baixa amplitude térmica; as temperaturas
são mais baixas, com chuvas mais concentradas no verão.
c)
Sul, clima subtropical, amplitude térmica elevada, clima com estações do ano
bem definidas; geadas são comuns.
d)
Norte, clima equatorial, quente e úmido, com altas temperaturas e de intensa
pluviosidade anual.
e)
Centro-Oeste, clima tropical, estações bem definidas, com baixa amplitude
térmica anual.
Resposta: A
Comentário:
Os climogramas são gráficos
representativos das principais feições climáticas de uma dada localidade, apresentando
em sua estrutura doze colunas verticais (em azul na imagem) relativas às precipitações,
que são medidas em milímetros (valores no eixo direito do gráfico), uma linha
horizontal (em vermelho na imagem) relativa às médias térmicas, que são medidas
em graus Celsius (valores no eixo esquerdo do gráfico) e os meses do ano
(valores no eixo inferior do gráfico).
Observando-se essas informações é
possível traçar o perfil dos climas, estabelecendo os meses mais chuvosos ou
secos, onde as colunas estão maiores ou menores, respectivamente; os mais
quentes e mais frios, onde a linha de temperatura se encontra mais alta ou mais
baixa, respectivamente; e as estações do ano, sendo o outono quando a linha de
temperatura é descendente e primavera quando ela é ascendente. Nos limites
superior e inferior são verão e inverno, respectivamente.
No climograma apresentado pela
questão nota-se que o período um pouco mais chuvoso se estende de novembro a abril, e
nesse mesmo intervalo as temperaturas são ligeiramente mais elevadas, sendo, portanto, um
verão quente e com as poucas chuvas concentradas. Por outro lado o período mais seco se estende de maio a
setembro, e nesse mesmo intervalo as temperaturas são menos elevadas, sendo,
portanto, um inverno ameno e muito seco. Essas características se referem aos climas
tropicais, que apresentam duas estações bem definidas, com as chuvas
concentradas em uma delas, e as temperaturas com baixa ou média oscilação ao
longo do ano.
Existem no Brasil quatro tipos de climas tropicais, sendo o Tropical de Altitude, típico das cidades serranas da região Sudeste, apresentando médias térmicas mais amenas ao longo do ano; o Tropical Úmido, típico das zonas litorâneas do Sudeste e Nordeste, apresentando chuvas concentradas nos meses de inverno; o Tropical Semiúmido, típico das porções centrais do país, apresentando verões quentes e chuvosos, seguidos por invernos amenos e secos; e o Tropical Semiárido, típico do Polígono das Secas (interior nordestino e Norte de Minas Gerais), apresentando estiagens prolongadas e elevadas médias térmicas; tais como as características presentes no gráfico mostrado na questão.
Questão 47
"Da
metrópole para o interior: cidades irão mudar após pandemia. Especialistas
dizem que população de grandes núcleos urbanos deverá diminuir, na busca de
qualidade de vida sem aglomerações. Para o professor de Geografia, Éder Luiz da
Silva, formado pela Unesp, o atual cenário, no Brasil e no mundo, está dando
mostras de que, novamente, seguindo as necessidades de se evitar aglomerações,
o medo do contágio e a busca de qualidade de vida, as populações das grandes
cidades deverão diminuir. Muita gente irá morar em cidades menores ou até mesmo
no campo."
Goussinsky,
E. Disponível em: https://noticias.r7.com/inter
nacional/da-metropole-para-o-interior-cidades-irao-mudar-apos-pandemia-04062020.
Acesso em: 7 jan. 2021.
O
trecho lido faz referência a que tipo de movimento migratório?
a)
Migração pendular.
b)
Êxodo urbano.
c)
Transumância.
d)
Nomadismo.
e)
Êxodo rural.
Resposta:
B
Comentário:
Os impactos gerados pela pandemia do
Covid-19 devem produzir grandes transformações nas sociedades, mesmo após a
vacinação das populações e as contaminações globais estarem controladas. As
mudanças no âmbito econômico produzirão certamente uma ampliação da
informalidade laboral, em resposta ao desemprego conjuntural promovido pela
crise; ao passo que as mudanças políticas podem produzir a ampliação de
discursos nacionalistas e isolacionistas, que devem usar a contaminação global
como justificativa para o rompimento de relações externas por regimes
autoritários; e no âmbito social o modo de vida das populações e as relações
pessoais tendem a se alterar, e o distanciamento pode passar a ser uma
característica inerente à sociedade pós-Covid.
O trecho apresentado pela questão
menciona exatamente uma possível mudança social nesse quadro, com populações em
busca de localidades menos densamente povoadas e livres de aglomerações
humanas. Esse processo, que já havia se iniciado antes mesmo da pandemia, é
conhecido como êxodo urbano, e se estabeleceu de maneira mais intensa a partir
do processo de desconcentração das atividades industriais em direção às regiões
interioranas dos territórios. Essa desconcentração produtiva promoveu maior
conectividade aos locais do interior, outrora isolados, e criou condições de
emprego e renda para as populações naturais e imigrantes, que antes eram
atraídas apenas pelos grandes centros onde a indústria e o emprego se
concentravam.
Em um primeiro momento esse êxodo
urbano era motivado pela busca de amenidades e vantagens ambientais, que
impactavam diretamente sobre a qualidade de vida das populações, como, por
exemplo, menores graus de poluição atmosférica e/ou sonora, ou ainda menores
índices de criminalidade. Porém, no momento presente a grande busca nessas
localidades se deve à possibilidade de maior isolamento social e menores
índices de aglomeração de pessoas, fatores que se mostram mais eficientes no
presente para diminuir o ritmo de contaminação pelo Coronavírus.
Questão 48
O
influenciador digital Napolitano decidiu conhecer a famosa "aurora
boreal", que acontece o ano inteiro na Groenlândia, onde as luzes são
visíveis de qualquer parte do país de setembro a abril. Depois desse passeio
pela Groenlândia, pegou um avião para o Peru. Esse percurso seguiu qual
trajetória?
a)
Do hemisfério norte para o hemisfério meridional.
b)
Do hemisfério meridional para o hemisfério oriental.
c)
Do hemisfério oriental para o hemisfério ocidental.
d)
Do hemisfério ocidental para o hemisfério oriental.
e)
Do hemisfério sul para o hemisfério norte.
Resposta:
A
Comentário:
Para fins de localização e orientação
geográficas na superfície terrestre adota-se a determinação dos pontos cardeais
(N, S, L e O), colaterais (NE, SE, SO e NO) e sub colaterais (NNE, ENE, ESE,
SSE, SSO, OSO, ONO e NNO), os quais são representados através da Rosa dos
Ventos e definidos a partir de dois referenciais lineares: o Paralelo do
Equador (latitude 0º) e o Meridiano de Greenwich (longitude 0º).
Os pontos cardeais, mais importantes
na orientação, podem apresentar sinônimos de nomenclatura, sendo o Norte também
chamado Setentrional ou Boreal; o Sul também chamado Meridional ou Austral; o
Leste também chamado Oriental ou Nascente; e o Oeste também chamado Ocidental
ou Poente. Na figura a seguir apresenta-se o deslocamento do viajante
mencionado no texto (seta em preto) desde a Groenlândia (ponto A) até o Peru (ponto
B). Bem como a divisão da superfície terrestre em quatro quadrantes, nomeados
de I, II, III e IV.
Na imagem acima o quadrante I se localiza
nos hemisférios Norte (Boreal ou Setentrional) e Oeste (Ocidental ou Poente). O
quadrante II se localiza nos hemisférios Norte (Boreal ou Setentrional) e Leste
(Oriental ou Nascente). O quadrante III se localiza nos hemisférios Sul (Austral
ou Meridional) e Oeste (Ocidental ou Poente). E por fim, o quadrante IV se
localiza nos hemisférios Sul (Austral ou Meridional) e Leste (Oriental ou
Nascente). Assim, pode-se afirmar que ao se deslocar de A para B a trajetória do
viajante vai do hemisfério Norte para o Meridional.
Questão 49
"Com
a crescente demanda nos últimos anos por áreas agricultáveis ainda não exploradas,
esse bioma se tornou um dos ambientes mais favoráveis para a expansão da
fronteira agrícola. Uma das consequências consiste no desmatamento e no aumento
do número de queimadas, ocasionando a degradação e a supressão de extensas
áreas de ecossistemas naturais do bioma. Algumas espécies da flora já estão
ameaçadas de extinção, como butiá, catuaba-verdadeira, pequi, buriti e outros.
Na porção nordeste desse bioma, os anos que apresentaram menores índices de
precipitações também foram os anos em que ocorreram maior incidência de
queimadas".
(Adaptado
de RESENDE et al., 2017).
A
técnica de restauração adequada às características do bioma descrito é:
a) a introdução de espécies arbóreas nativas do
Bioma Mata Atlântica, para acelerar o crescimento vegetal, a fim de promover
uma rápida recuperação do solo.
b)
a indução da regeneração natural, isolamento da área e o controle de gramíneas
exóticas no bioma Cerrado.
c)
a introdução de árvores exóticas de rápido crescimento, para favorecer a
cobertura do solo no Pantanal.
d)
a semeadura de um mix de espécies
exóticas, para aumentar a biomassa vegetal, favorecendo a proteção do solo.
e)
o plantio de espécies arbóreas nativas da Caatinga, para aumentar a diversidade
local.
Resposta:
B
Comentário:
O processo de expansão das fronteiras
agrícolas do Brasil se deu através do desmatamento e devastação de grandes formações
vegetais nativas do país ao longo dos anos. Durante os séculos XX e XXI foram
observados dois momentos importantes dessa dinâmica, sendo o primeiro a partir
das décadas de 1960 e 1970 em direção ao Cerrado, motivado pela expansão da
sojicultura voltada à exportação, e o segundo, a partir da década de 1990 em
direção à Amazônia, motivado pela expansão da pecuária extensiva de corte, igualmente
voltada à exportação.
O texto apresentado pela questão
menciona espécies típicas do bioma do Cerrado, como o pequi e o buriti, e,
portanto, se relaciona ao primeiro estágio da expansão agrícola para o interior
do Brasil a partir da década de 1960. Essa expansão foi diretamente relacionada
à modernização das atividades agrícolas após a Segunda Guerra Mundial, quando
ocorreu a chamada Revolução Verde. Nessa Região os grandes avanços desse contexto
foram a correção dos latossolos ácidos do Centro-Oeste a partir do uso do
calcário (calagem) e a introdução de sementes híbridas de soja, adaptadas ao
clima tropical semiúmido dessa área.
Inegavelmente essa ocupação agrícola
promoveu o desmatamento da vegetação natural desse bioma, bem como a introdução
de espécies exóticas nessa formação vegetal, com destaque para espécies de
gramíneas utilizadas como pastagens para os rebanhos bovinos ali introduzidos.
Portanto, o processo de restauração mais adequado para ser ali implantado deve
ser aquele que promova, ao mesmo tempo, a reintrodução de espécies endêmicas
que foram devastadas ao longo do tempo, através de uma revegetação seguida de um
isolamento regenerativo do bioma, bem como o controle das gramíneas exóticas
introduzidas como pastagens no passado, que se sobressaíram sobre as espécies
de gramíneas endêmicas do Cerrado.
Questão 50
"Na
grande maioria dos casos, ocorre a formação de sulcos que evoluem para ravinas
na parte final das vertentes, devido a uma concentração de fluxos superficiais
das águas de escoamento, interferências no regime hidrológico causado por ações
antrópicas".
(BOULET
et al., 2020).
Esse
processo de alteração no solo é chamado de:
a)
desmatamento.
b)
assoreamento.
c)
intemperismo.
d)
voçoroca.
e)
infiltração.
Resposta:
D
Comentário:
O solo terrestre é naturalmente impactado
pelos elementos do clima que atuam de maneira lenta e permanente sobre as superfícies
em geral. Porém, esse impacto acontece ao longo do tempo geológico, e se
mantendo a dinâmica natural das interações atmosféricas, a própria Terra promove
um processo de regeneração de seus aspectos ao longo do tempo. O grande
problema para os solos é a intervenção antrópica, que intensifica e
potencializa esses impactos naturais. De modo geral os solos são hoje expostos
a graves problemas, com destaque para a erosão, a salinização/acidificação, a
contaminação por agrotóxicos e rejeitos industriais e ainda a desertificação,
dentre outros.
De todos esses problemas a erosão é o
mais recorrente, sendo que ela promove a perda de camadas superficiais do solo,
bem como dos nutrientes que garantem a sua fertilidade natural. Considerando-se
a erosão um processo gradual, ela passa por fases distintas de evolução, sendo
a primeira chamada de Efeito Splash (resultante do impacto direto da gota da
chuva sobre o solo); a segunda chamada de Erosão Laminar (resultante da
retirada do horizonte O do solo pela ação das águas do escoamento superficial);
a terceira chamada de Ravina (resultante da escavação de sulcos pela enxurrada
concentrada, que promove a retirada de partículas do horizonte A do solo); e por
fim a quarta, chamada de Voçoroca (que resulta na junção de várias ravinas em
um único grande sulco, que pode atingir até mesmo profundidade do lençol
freático).
Cabe mencionar que na medida em que se avança o processo erosivo do solo, sua solução ou mitigação se torna mais dispendiosa e complicada. Assim sendo, o ideal é que se evite o início desse processo, mantendo a cobertura vegetal nativa, para que se evite o choque direto da gota de chuva sobre o solo exposto, ou ainda que se busquem meios para a correção do problema ainda nas suas fases mais iniciais, antes que se atinjam os estágios de ravina ou voçoroca.
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