Questão 13
Suponha,
para simplificar, que a Terra é perfeitamente esférica e que a linha do Equador
mede 40.000 km. O trajeto que sai do Polo Norte, segue até a linha do Equador
pelo meridiano de Greenwich, depois se desloca ao longo da linha do Equador até
o meridiano 45°L e então retorna ao Polo Norte por esse meridiano tem
comprimento total de
a)
15.000 km.
b)
20.000 km.
c)
25.000 km.
d)
30.000 km.
e)
35.000 km.
Resposta:
C
Comentário:
Conforme o enunciado da questão
menciona, para fins de resolução deve-se admitir que a Terra seja uma esfera
perfeita, e não um geoide como de fato é. Desse modo tem-se que a extensão da
Linha do Equador é exatamente a mesma extensão do Meridiano de Greenwich,
(40.000 km, nesse caso). Assim, como todos os meridianos convergem e se
encontram nos centros polares, todas as linhas longitudinais terão a mesma
extensão desse meridiano de referência.
Assim, ao se deslocar do Polo Norte
até a Linha do Equador, sobre o Meridiano de Greenwich se percorre ¼ da
circunferência total da Terra e, portanto ¼ desses 40.000 km (ou seja, 10.000).
E ao chegar à Linha do Equador se desloca lateralmente 45º para leste. Se linha
equatorial possui 360º de circunferência, os 45° de deslocamento lateral vão
corresponder a 12,5% dos 40.000 km do Equador (ou seja, 5.000 Km). Como todos
os meridianos terão a mesma medida, o retorno ao Polo Norte pelo meridiano de
45ºL terá a mesma extensão do deslocamento inicial até o Equador (ou seja, 10.000
Km).
Desse modo, segundo a figura
apresentada anteriormente, o deslocamento do Polo Norte à Linha do Equador
(A-B) percorre 10.000 Km, enquanto o deslocamento sobre a Linha do Equador
(B-C) percorre outros 5.000 Km, e por fim o deslocamento de retorno ao Polo
Norte (C-A) percorre os mesmos 10.000 Km. Assim, a distância total percorrida
foi de 25.000 Km.
Questão 14
Sobre
as projeções cartográficas apresentadas, suas formas e dimensões, é correto
afirmar:
a)
Interesses geopolíticos e comerciais forçaram distorções na projeção de
Mercator, para fazer parecer mais curto o caminho ao novo continente, elemento
corrigido a partir do século XIX, na projeção de Gall-Peters.
b)
As três projeções apresentam distorções, uma vez que a Terra tem forma
aproximada de um geoide e sua projeção num plano ficará distorcida.
c)
As projeções de Mercator e Gall-Peters apresentam distorções pela falta de
recursos técnicos no período em que foram feitas, mas o avanço computacional do
século XX permitiu o fim das distorções na projeção de Robinson
d)
A projeção Gall-Peters não apresentava distorções no momento de sua elaboração,
mas a descoberta da Antártica e da Oceania, logo após sua proposição, forçou a
adaptação e induziu distorções.
e)
Todas as projeções apresentam distorções, uma vez que o formato da Terra não
era conhecido até o século XX, o que gerou dúvidas sobre como essa projeção
deveria ser executada.
Resposta:
B
Comentário:
O processo de elaboração das
projeções cartográficas é estabelecido a partir do posicionamento do papel
sobre o Globo Terrestre e a cópia das linhas que demarcam os continentes e
oceanos na superfície dessa forma esférica. Desse modo existem três projeções
básicas, diferenciadas entre si por conta do modo como o papel é posicionado
sobre o globo, sendo elas a Azimutal ou Plana, a Cônica e a Cilíndrica, sendo
essa última a utilizada nas projeções de Mercator e Peters.
Porém, o fato de o papel ser um plano
bidimensional, apresentando apenas altura e largura, ao passo que o globo
terrestre é tridimensional, possuindo altura, largura e profundidade, além de
imitar a curvatura da forma esférica imperfeita (geoide) da Terra,
impossibilita que as projeções (quaisquer que sejam) representem com perfeição
as informações cartográficas da Terra. As projeções serão fiéis apenas nos
pontos onde o papel toca no plano curvo do globo, no caso das projeções de
Mercator e Peters, isso se observa apenas na zona equatorial. Nas áreas polares
desses mapas observam-se suas maiores distorções e deformações.
A principal ideia da proposta pela
Projeção de Robinson foi promover certa curvatura (arredondamento) do
mapa-múndi nas regiões polares, em uma tentativa de reduzir as deformações
observadas nas projeções cilíndricas mencionadas anteriormente. Porém, embora
tenha ocorrido de fato uma diminuição das distorções nessas regiões, essa
projeção (assim como todas as outras) continuou apresentando distorções quando
comparadas às informações tridimensionais observadas nos globos, que conseguem
imitar o formado geométrico geoidal da Terra.
Questão 15
A
criação do Banco da Amazônia e da Superintendência do Desenvolvimento da
Amazônia (SUDAM) preconizou uma politica de concessão de incentivos fiscais aos
empresários, especialmente das regiões mais ricas do país, para que deixassem
de pagar 50% do imposto de renda, desde que o dinheiro fosse depositado naquele
banco para financiar projetos de desenvolvimento no estado do Amazonas. Os
investimentos orientaram-se de preferência para a agropecuária, de modo que um
grande número de empresários e de empresas, especialmente do Sudeste do Brasil,
sem tradição no ramo, tornaram-se proprietários de terras e empresários rurais.
Em principio a aquisição de terras pelos grandes capitalistas do Sudeste animou
o mercado imobiliário.
José
de Sousa Martins. O Poder do Atraso. Adaptado,
Assinale
a alternativa que apresenta a combinação correta entre o período a que se
refere o texto e as implicações, territoriais e sociais, observadas nas áreas
onde a politica de incentivos fiscais entrou em operação.
Período |
Implicações |
||
Territoriais |
Sociais |
||
a) |
Brasil Império |
Expansão
dos sistemas agroflorestais e preservação da vegetação nativa |
Aprovação
do direito de sindicalização do trabalhador rural |
b) |
Primeira Republica |
Expansão
da área voltada à pecuária e redução da Mata Atlântica |
Aumento
do número de assalariados no campo |
c) |
Estado Novo |
Expansão
da economia extrativista e concentração fundiária |
Eliminação
dos direitos trabalhistas na cidade e no campo |
d) |
Ditadura Militar |
Aumento
da grilagem e avanço do desmatamento |
Aumento
dos conflitos violentos no campo |
e) |
Nova República |
Aumento
da área de vegetação nativa e reforma agrária massiva |
Melhora
na distribuição fundiária e dos níveis de consumo interno |
Comentário:
A intensificação do processo de
ocupação da região Norte do país, bem como a integração dessa importante e
extensa porção do território brasileiro fizeram parte das ações implementadas
na nação durante o período de governo dos militares, que se estendeu de 1964
até 1985. Nesse período o pleno controle e gestão do território nacional se
mostravam primordiais para o regime político em vigor, de modo que o Estado se
tornou o grande incentivador da ocupação e colonização da Amazônia, tendo
objetivos estratégicos, como o controle das zonas fronteiriças internacionais,
bem como econômicos, convertendo os vastos potenciais regionais em dividendos
para a União.
Dentre as principais ações desse
período em prol da ocupação dessa área se destacam o estabelecimento de
infraestruturas e atividades produtivas de grande magnitude, como a Rodovia
Transamazônica, a Zona Franca de Manaus, o projeto minerador Grande Carajás (este
último dotado de suas próprias infraestruturas energéticas e logísticas) dentre
outros. Além dos incentivos estruturais, o governo criou ainda incentivos
fiscais e financeiros que facilitassem o processo de colonização amazônica,
como os cortes de impostos produtivos para empresas estrangeiras e a concessão
de financiamentos e abatimentos de tributos ligados ao setor agropecuário
nacional.
Nesse último setor as políticas
militares produziram profundas transformações nas estruturas tradicionais do
campo na região Norte, materializando o latifúndio (já estabelecido nas demais
regiões brasileiras) abrindo caminho para a prática de crimes fundiários, com
destaque para a grilagem de terras, através da falsificação de documentos de
áreas públicas, convertendo-as em propriedades privadas, que eram vendidas aos
grandes produtores, que por sua vez realizavam o desmatamento das áreas e sua
inserção na fronteira agrícola nacional.
Desse modo se amplia também o choque
de interesses entre os grupos envolvidos na ocupação regional, com destaque
para os grileiros, posseiros, latifundiários, camponeses e indígenas,
introduzindo e acentuando drasticamente os conflitos e a violência que pontuam
historicamente a estrutura fundiária do campo no Brasil.
Questão 16
Observe
o mapa com dados de 2020:
Os
países destacados em amarelo no mapa referem-se:
a)
Ao bloco dos BRICS.
b)
Aos novos integrantes da OCDE.
c)
A países excluídos da OMC.
d)
A países da OPEP.
e)
A países membros da OTAN.
Resposta:
D
Comentário:
O processo de globalização, que foi
intensificado a partir da segunda metade do século XX, promove grandes
transformações no âmbito das relações internacionais, sejam elas nos campos
políticos, econômicos ou diplomáticos. Inegavelmente as nações se tornam cada
vez mais próximas e integradas, o que potencializa os benefícios de uma
sociedade global, ao mesmo tempo em que intensifica as discordâncias e
conflitos de interesses, ampliando as tensões em escala mundial.
Nesse contexto é natural (e
necessário) que as nações formalizem sua aproximação geopolítica, visando ao
aprimoramento de suas relações e a potencialização de seus intercâmbios, sempre
sob a égide do preceito básico do sistema capitalista, que é a produção e
acumulação de riquezas. Desse modo, organizações e organismos se proliferam pelo
mundo, visando gerir e amplificar tais relações internacionais.
Dentre os quais se pode mencionar a
OCDE, criada em 1961, a partir de uma organização já existente (OECE), que tem
a função de promover políticas e propostas de fortalecimento econômico para
seus Estados membros (que são principalmente nações desenvolvidas do Hemisfério
Norte). Há ainda a OMC, criada em 1995, a partir de outra organização já
existente (GATT), que tem a função de estabelecer normas e fiscalizar as trocas
comerciais entre os Estados membros. Existe também a OTAN, criada em 1949, para
atuar como força militar conjunta de defesa das nações capitalistas aliadas aos
Estados Unidos durante a Guerra Fria contra a URSS. E, mais recentemente, o bloco
dos BRICS, formado em 2006 pela aproximação entre as principais nações
emergentes (Brasil, Rússia, Índia, China e posteriormente África do Sul)
visando diminuir a dependência em relação às grandes potências hegemônicas.
Na imagem apresentada na questão
tem-se um agrupamento de nações localizadas no Oriente Médio, África e América
do Sul, que correspondem aos mais importantes produtores mundiais de petróleo na
atualidade Essas nações respondem por cerca de 80% das reservas disponíveis e quase
metade de toda a produção global. A Organização dos Países Exportadores de
Petróleo (OPEP) atua hoje como um grande cartel internacional, que regula a lei
da oferta e procura de uma das mais importantes commodities energéticas do mundo, garantindo a seus membros
significativo poderio na geopolítica global.
Questão 17
Terremoto no estado da
Bahia
Disponível
em https://www.instagram.com/CEHFFU/. Adaptado.
O
terremoto indicado na figura ocorreu no estado da Bahia no dia 30/08/2020, com
magnitude 4,6 na escala Richter, atingindo cidades do Vale do Jiquiriçá e do
Recôncavo Baiano. Sobre terremotos em geral, e sobre este especificamente, é
correto afirmar:
a)
São gerados por intrusões e maremotos, cuja violência durante as movimentações
provoca fissuras na superfície.
b)
São gerados em razão da presença de falhas geológicas e seu estudo traz
conhecimento da geologia do território brasileiro.
c)
Têm inicio pelo soerguimento da crosta, e o do dia 30/08/2020 teve sua origem
na Bacia Amazônica.
d)
Têm inicio com a divergência da crosta continental, e o do Recôncavo Baiano
provocou impactos até na Serra Gaúcha.
e)
São gerados pela abertura de falhas, importante para o conhecimento do núcleo
do planeta Terra explorado na região.
Resposta:
B
Comentário:
A estrutura geológica da Terra deve
ser percebida e entendida como dinâmica e permanentemente mutável, em
decorrência da ação de forças que atuam nas camadas mais internas, conhecidas
como forças endógenas. Essas forças encontram-se associadas principalmente às
condições de calor e pressão internas da Terra e se manifestam na parte externa
sob a forma de tectonismo (movimentação das placas tectônicas), abalos sísmicos
(súbitas liberações de energia através de terremotos, maremotos e tremores de
terra) e vulcanismo (liberação de material magmático, pressão e calor do manto).
A maior parte dos eventos geológicos
se concentra nas bordas ativas de placas tectônicas, com destaque para o
chamado Círculo de Fogo do Pacífico, que margeia o oceano homônimo, e apresenta
dezenas de pontos de contato entre as placas. No caso do Brasil, a localização
intraplaca do país torna sua estrutura geológica passiva ou assísmica, com
plena ausência de vulcanismo e tectonismo contemporâneo e a quase inexistência
de abalos sísmicos, embora apresente esporadicamente tremores de terra em
algumas regiões.
Dentro do território nacional existem
duas áreas onde se concentram os principais tremores de terras, sendo a
primeira localizada ao longo do litoral atlântico, se estendendo desde o Sul
até o Nordeste, onde a existência de grandes falhas geológicas (rachaduras na
crosta), formadas ainda durante a separação da Gondwana, podem promover a
liberação de energia e a formação de abalos, como mencionado pela questão, no
estado da Bahia. Ao passo que a segunda área se localiza na borda Oeste de
país, na fronteira com os vizinhos sul-americanos, onde tremores de terras são
decorrentes da chegada de parte da energia sísmica liberada na zona de contato
entre a placa Sul-Americana e a Placa de Nazca, que causa grandes terremotos no
Chile, Peru e Bolívia.
Questão 18
A
linha de fronteira hoje possui uma definição essencialmente econômica - como a
fronteira da lucratividade - mas adquire uma expressão geográfica bastante
acentuada em diferentes escalas espaciais. Isto é, basicamente, o que a
fronteira do século XIX e a assim chamada fronteira urbana têm em comum. Na
realidade, ambas estão associadas à acumulação e expansão do capital. Mas
enquanto a fronteira do século XIX representou a realização de uma expansão
geográfica absoluta na escala do território como a principal expressão espacial
da acumulação de capital, a renovação urbana representa o exemplo mais
desenvolvido da rediferenciação do espaço geográfico com vista ao mesmo
resultado:
Neil
Smith. Gentrificação, a fronteira e a reestruturação do espaço urbano, 1986.
Adaptado.
O
excerto relaciona a dinâmica geográfica dos Estados Unidos no século XIX à do
final do século XX. As imagens correspondentes a cada um dos momentos
apresentados pelo excerto são identificadas em:
Resposta:
A
Comentário:
Assim como os mecanismos que regem as
relações dentro e entre as sociedades se modificam ao longo do tempo, segundo
os aspectos mais importantes de cada contexto histórico, as fronteiras também transformaram
seu conceito e suas importâncias ao longo do tempo, passando do antigo conceito
de linha (imaginária ou não) que delimitava dois territórios geográficos físicos,
para um entendimento mais profundo e complexo, que engloba aspectos sociais,
econômicos, geopolíticos, estratégicos, humanitários (...) na atualidade.
No caso dos Estados Unidos, no final
do século XIX, a ideia de fronteira estava associada marcadamente aos aspectos
econômicos, e circunscrita ao espaço geográfico nacional. Desse modo, naquele
período a “fronteira estadunidense” era o limite entre a Costa Leste, mais
povoada e desenvolvida economicamente e a Costa Oeste, descolonizada e
totalmente marginalizada em relação ao quadro político e econômico da nação.
Assim, nesse contexto, a Marcha para o Oeste marca a expansão da fronteira
econômica dos Estados Unidos, inserido novas áreas à dinâmica nacional.
Já no final do século XX o conceito
de fronteira absorve outros preceitos e estabelece novos entendimentos. Em uma
sociedade marcadamente urbana e industrial, e plenamente colonizada em todos os
espaços, a ideia de expansão de fronteira não mais se associa a “conquistar
novas áreas”, mas sim de reinventar os usos daquelas áreas já ocupadas. Logo,
pode-se admitir que se trata de uma mudança naquilo que se faz em um determinado
espaço, dotando o mesmo de novas significações e funcionalidades.
O processo de gentrificação urbana
materializa esse quadro na atualidade, promovendo a modernização de espaços
obsoletos e tornando sua inserção econômica mais intensa no contexto nacional. Portanto,
a modernização e a revitalização de áreas centrais, outrora voltadas exclusivamente
para as atividades industriais, promove o novo significado da fronteira, hoje
cada vez menos física e cada vez mais funcional.
Questão 19
Henri
Lefebvre. A revolução urbano. Adaptado.
O
esquema apresenta a linha de urbanização da sociedade, que vai do 0 ao 100%.
Considerando os referenciais trazidos no esquema, fazem parte do contexto
identificado na chamada "zona crítica":
a)
Monetarismo; Revolução Industrial; lei Bill Aberdeen.
b)
Comunismo; centralização do poder, New Deal.
c)
Neoliberalismo; elevada urbanização; crise hipotecária de 2008
d)
Neocolonialismo; Revolução Agrária; quebra da Bolsa de Nova Iorque.
e)
Mercantilismo; financeirização da economia; Acordo de Vestfália.
Resposta:
C
Comentário:
O processo de urbanização é definido
pelo aumento da população urbana em um ritmo mais acelerado que o da população
total de uma determinada localidade, estando, desse modo, associado diretamente
ao êxodo rural motivado principalmente pelo desenvolvimento da atividade
industrial, que torna os espaços urbanos mais atrativos do que os rurais para a
população migrante. Assim, industrialização e urbanização configuram-se como
fenômenos sociais indissociáveis, cujas relações se autodeterminam.
No caso do modelo esquemático
apresentado pela questão, observa-se uma localidade em processo de
desenvolvimento urbano e industrial, partindo do 0% (quando toda a vida local era
circunscrita ao meio rural) e culminando em 100% (quando a vida se torna
essencialmente urbana e a economia dependente das atividades citadinas). Fica
claro que o desenvolvimento da atividade industrial no final do século XVIII
promoveu além da mudança no perfil econômico até então comercial/mercantil, uma
transformação na sociedade como um todo, passando do modelo agrário para o
urbano-industrial.
Como consequência dessa mudança
chega-se a um estágio que o autor intitula de “Zona Crítica”, que deve ser
entendido como o momento em que a economia e a sociedade se tornam
primordialmente dependentes das atividades urbanas, subjugando de modo
definitivo a vida e a economias rurais à dinâmica das cidades. Trata-se de um
momento crítico, pois essa quase exclusividade urbana torna a sociedade mais suscetível
a crises e dependente do pleno e eficiente funcionamento das atividades
urbanas.
Essa “Zona Crítica” deriva
diretamente da evolução da economia capitalista e do processo de globalização
contemporânea, principalmente a partir da segunda metade do século XX, quando a
Terceira Revolução Industrial e o estabelecimento do Meio
Técnico-Científico-Informacional promoveram ampla valorização das atividades
presentes nas áreas urbanas, tendo isso se intensificado ainda mais a partir da
década de 1990 em decorrência do fim da Guerra Fria e da retomada da hegemonia
global pelo sistema capitalista. Dentre as alternativas apresentadas na
questão, os aspectos históricos que melhor se encaixam nesse contexto de “Zona
Crítica” são o Neoliberalismo (popularizado no mundo capitalista a partir da
década de 1970), a intensificação do processo de urbanização (decorrente da III
revolução Industrial e principalmente da Revolução Verde, pós 1950) e a crise
hipotecária de 2008 nos Estados Unidos, que veio a justificar a ideia de ser um
estágio crítico quando as sociedades se tornam estritamente dependentes das
funções e atividades econômicas urbanas.
Questão 20
O
acordo entre o Mercosul e a União Europeia está sendo discutido há cerca de 20
anos e prevê, entre outros elementos, a redução progressiva das tarifas de
exportação entre os blocos. O Brasil, que é um grande exportador de produtos de
origem agrícola para o mercado europeu, teria redução tarifária para a
exportação de produtos como carnes, açúcar e etanol, dentre outros.
Para
a ratificação do acordo, o parlamento europeu aprovou uma resolução que
manifesta a importância do compromisso dos países do Mercosul com a
implementação do Acordo de Paris. A relutância em ratificar o acordo entre Mercosul
e União Europeia, por parte de alguns países da UE em 2020, deveu-se, entre
outros fatores,
a)
à desigual condição climática para produção de vinhos nos dois continentes
b)
às politicas de incentivo à agricultura familiar na América Latina e especialmente
ao PRONAF no Brasil.
c)
à difusão de SAFs, criados com o propósito de produção para consumo humano no
Cone Sul.
d)
as declarações que cogitaram a retirada do Brasil da OMC meses antes da
aprovação da resolução
e)
aos graves problemas ambientais no Brasil, tais como desmatamento e queimadas.
Note e adote:
OMC: Organizado Mundial do Comércio
PRONAF: Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar
SAFS: Sistemas Agroflorestais
UE: União Europeia
Resposta:
E
Comentário:
A partir da década de 1950 a economia
capitalista entra em um estágio de busca crescente por integração entre as
economias regionais, através da formação de blocos econômicos. O final da
Guerra Fria, a partir da década de 1990, intensifica ainda mais a busca pelo
estabelecimento de tais acordos, tendo como intenção primaz a busca de
liberalização dos fluxos materiais e imateriais entre as nações signatárias de
tais tratados.
Na atualidade esses movimentos
atingiram um novo estágio: hoje busca-se não mais apenas a integração comercial
e política entre nações vizinhas inseridas em um mesmo espaço regional, mas sim
o incentivo ao estabelecimento de acordos e tratados entre grandes blocos já
formados no passado. É o que se observa nas negociações entre a União Europeia
e o Mercosul, em prol da criação de um amplo tratado entre os dois blocos, que
se relacionaria a termos políticos, econômicos e sociais entre seus
signatários.
Porém, nos últimos meses os debates e
ações relacionados a esse acordo chegaram a um “gargalo diplomático”, posto que
os lados envolvidos demonstrem pontos de vistas muito antagônicos a respeito de
alguns assuntos em comum. O Brasil encontra-se no epicentro dessa discordância
que tem dificultado a assinatura dos acordos, em decorrência das políticas do
país na temática ambiental, principalmente no que tange aos recentes e
crescentes índices de desmatamento e incêndios florestais no país. As nações
europeias defendem uma mudança de postura do governo brasileiro acerca do tema,
ao passo que o governo brasileiro usa o discurso de defesa da soberania nacional
como justificativa para sua política ambiental, notadamente falha e ineficiente.
Questão 21
O
Sistema Aquífero Guarani abrange parte dos territórios da Argentina, do Brasil,
do Paraguai e do Uruguai. Possui um volume acumulado de 37.000 km3 e
área estimada de 1.087.000 km2. Na parte brasileira estende-se por
oito Estados: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio
Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
Disponível
em https://www.mma.gov.br/.
Sobre
os aquíferos e seus usos para atividades humanas, é correto afirmar:
a)
Ocorrem em formações geológicas que contêm água em quantidades significativas
que se movimentam no seu interior em condições naturais, permitindo seu uso
para abastecimento público e estâncias turísticas de águas minerais e termais.
b)
Consistem em reservatórios de águas superficiais formados a partir de processos
de vulcanismo e tectonismo em áreas de intensa atividade sísmica; seus fluxos
são passiveis de uso na produção de energia geotérmica obtida por meio do calor
proveniente do interior do planeta Terra.
c)
Os aquíferos apresentam volume de águas de grandes proporções, contudo, os
custos de bombeamento e tratamento inviabilizam sua utilização e seus usos para
atividades humanas, limitando-se atualmente à dessedentação animal.
d)
Os aquíferos são formados pela ação dos ventos que acumulam areia na superfície,
facilitando a infiltração e acúmulo de água nas camadas mais profundas, seus
usos para atividades humanas dependem da escavação de poços muito profundos com
uso de tecnologia indisponível no país.
e)
Os aquíferos estão em profundidades que impossibilitam seu uso para atividades
humanas, incluindo aqueles usos destinados a fins menos nobres, como lavagem de
calçadas e praças.
Resposta:
A
Comentário:
Por conta da combinação entre sua
vasta extensão territorial e sua posição latitudinal, o Brasil apresenta
grandes riquezas relativas à maioria dos recursos naturais valorizados na
atualidade, com destaque para os recursos hídricos. Além da grande
disponibilidade de reservas superficiais no país, relacionadas às várias bacias
hidrográficas que se espalham pelas cinco regiões nacionais, o Brasil é ainda
privilegiado no que se refere às reservas subterrâneas, com destaque para dois
grandes aquíferos no seu território.
Localiza-se na porção Centro-Sul o
Aquífero Guarani, que se estende por estados nas regiões Sul, Sudeste e
Centro-Oeste (chegando ainda a abranger áreas no Paraguai, no Uruguai e na
Argentina), sendo um dos maiores aquíferos do mundo em extensão e volume de
água disponível. No caso brasileiro, esse aquífero é considerado o maior em
extensão territorial. Na região Norte localiza-se o Aquífero Alter do Chão (atualmente
chamado de Sistema Aquífero Grande Amazônia – SAGA), que se estende por áreas nos
estados do Amazonas, Pará e Amapá. Esse aquífero é considerado o maior do
Brasil em volume de água disponível, embora em termos territoriais tenha uma
extensão bem menor que o Guarani. Cabe mencionar ainda que, diferentemente do
Aquífero Guarani que é sul-americano, o Aquífero Alter do Chão é uma reserva
totalmente brasileira.
Em geral a formação geológica dos
aquíferos se dá em reservatórios subterrâneos compostos por rochas sedimentares
porosas, que são preenchidas com a água infiltrada da superfície, a qual se
movimenta horizontalmente e verticalmente dentro desses reservatórios segundo
condições de pressão e ação da gravidade. Em determinadas áreas (principalmente
próximas das bordas) a profundidade dos aquíferos é menor, o que possibilita
mais facilidade de acesso a suas águas, seja a partir de afloramentos naturais
(nascentes) ou de poços tubulares profundos (artesianos), permitindo o uso
econômico e social desse recurso pelas populações.
Questão 22
Monte
Everest é o pico mais elevado do planeta, localizado na cordilheira do
Himalaia, na fronteira da China e Nepal, com 8.848 metros de altitude. Possui
cinco estações meteorológicas em diferentes altitudes funcionando desde 2019,
entre elas a estação mais elevada do planeta (8.430 m), que registra dados
valiosos para a climatologia. Esse projeto foi liderado pelo Dr. Paul Andrew
Mayewski, geógrafo e climatologista, cuja equipe projetou e treinou por meses
para instalar a estação meteorológica em tal condição adversa em menos de 90
minutos.
Disponível
em https://www.climadeensinar.com.br/ Adaptado.
A
dificuldade de instalação da estação na altitude citada deve-se
a)
às elevadas condições de umidade provenientes do derretimento de neve.
b)
à ocorrência de chuvas intensas, que aumentam os riscos de avalanches.
c)
às temperaturas reduzidas e à baixa concentração de oxigênio nessa altitude.
d)
aos dias mais curtos nessa altitude, o que reduz o brilho solar.
e)
à elevada pressão atmosférica, que produz ventos intensos nessa altitude.
Resposta:
C
Comentário:
As grandes cadeias montanhosas do
globo terrestre, conhecidas como dobramentos, derivam diretamente da dinâmica
observada nas placas tectônicas que compõem a crosta superficial do planeta.
Dentre essas, merecem destaque as cordilheiras dos Andes, na América do Sul, a
dos Himalaias, na Ásia, as Montanhas Rochosas, na América do Norte e as cadeias
dos Alpes, na Europa. Nos Himalaias localiza-se o Monte Everest, conhecido por
ser a maior elevação na superfície do planeta.
As condições de altitude nas cadeias
montanhosas atuam diretamente na definição das condições climáticas dessas
localidades, principalmente no que tange às temperaturas e pressões
atmosféricas. Sabe-se que a altitude promove a redução na concentração dos
gases na atmosfera, portanto, o oxigênio respirável se torna mais rarefeito em
elevadas altitudes, dificultando sua ocupação pelos humanos. Assim como o
oxigênio, os gases do efeito estufa (GEEs) se tornam menos concentrados em
locais mais elevados, o que por sua vez reduz a quantidade de calor absorvido e
consequentemente as temperaturas nesses locais.
Questão 23
Segundo
o Atlas de Serpentes Brasileiras, a jararaca (nome cientifico Bothrops jararaca) encontra-se com as ocorrências registradas em uma extensa
faixa do Brasil relativa a diferentes Biomas, onde se alimenta de anfíbios,
roedores e outros animais. A espécie ocorre nas áreas apontadas, sendo
encontrada em zonas florestadas ou modificadas pela ação humana.
Fonte:
Atlas de Serpentes Brasileiras (2019) e IBGE (2020). Adaptado
Sobre
as serpentes Bothrops jararaca e os principais biomas de
ocorrência, é correto afirmar:
a)
São típicas das áreas que alcançam até 500 m de altitude, nos Biomas do
Pantanal, Pampa, Cerrado e Caatinga; as áreas do Pampa são as mais degradadas
do país em função da urbanização crescente, ameaçando a ocorrência da jararaca.
b)
São generalizadas nos mais diversos biomas, concentrando se na Caatinga; esse
bioma encontra-se atualmente como o mais ameaçado pela expansão das fronteiras
agrícolas na produção para exportação.
c)
São típicas das áreas mais planas da faixa leste do Brasil, cujos terrenos são
recobertos pelo Bioma do Cerrado, a ocorrência desta espécie deve-se às áreas
com ocupação humana, o que atrai ratos que fazem parte da alimentação da
jararaca.
d)
Possuem área de ocorrência restrita ao Bioma da Amazônia, caracterizado pela
ocorrência de sapos, nesse bioma, as planícies fluviais favorecem a
proliferação da jararaca.
e)
São típicas da Mata Atlântica, podendo ocorrer também em áreas de Pampa,
Cerrado e Caatinga e ocupar terrenos que alcançam até 1000 m de altitude; o
Bioma da Mata Atlântica encontra-se atualmente ameaçado pela ocupação humana.
Resposta:
E
Comentário:
A mesma combinação entre a extensão
territorial e a posição latitudinal que permite ao Brasil uma grande riqueza
hídrica, se manifesta também na diversidade climática das regiões nacionais. E
essa diversidade climática dentro do território brasileiro permite o
estabelecimento de igualmente grande diversidade biológica na nação, com
destaque para a riqueza florística e faunística observada nos grandes biomas
brasileiros. Climas diferentes estabelecem vegetações igualmente diferentes,
que por sua vez criam condições edáficas específicas, permitindo o
desenvolvimento e fixação de espécies animais regionalmente distribuídos, como
mencionado no texto e nas imagens da questão.
Sobrepondo os dois mapas apresentados
(biomas e relevo) com as informações cartográficas referentes à localização no
ambiente da Bothrops jararaca, é possível estabelecer uma
relação direta entre os domínios vegetacionais e as feições do relevo no habitat desse animal. Nota-se claramente
a maioria dos indivíduos dessa espécie localizada no bioma da Mata Atlântica,
também conhecido como Mares de Morro ou Floresta Latifoliada Tropical, onde o
relevo, composto por planaltos cristalinos mamelonares, tem altitudes
predominantemente superiores aos 750 metros, em relação ao nível do mar.
Além dessa marcante concentração na
Mata Atlântica, observa-se ainda a presença dessa espécie em áreas de Cerrado
na região Sudeste do país, bem como em porções localizadas no Sul, onde a
vegetação típica é composta por formações herbáceas conhecidas como Pampas ou
Campanha Gaúcha e ainda no Nordeste, inserida no bioma da Caatinga, onde
predominam as formações vegetais xerófilas. Por conta de sua concentração na
zona dos Mares de Morro, a espécie encontra-se sob grande pressão antrópica,
posto que esse bioma seja sabidamente o mais devastado entre todos os do país,
possuindo apenas pequenos remanescentes florestais isolados nessa faixa
litorânea, que abriga a maior parte da população nacional.
Questão 24
Na
transição do Cerrado para a Mata Atlântica, ocorre uma substituição da
vegetação, que resulta em mudanças na frequência de certas características das
plantas.
Identifique
duas mudanças decorrentes dessa transição.
a)
Aumento da frequência de caules e galhos tortuosos; aumento da frequência de
plantas que apresentam folhas largas.
b)
Aumento da frequência de plantas que germinam e crescem melhor sob a luz direta
do sol; diminuição da frequência de plantas que apresentam folhas largas.
c)
Diminuição da frequência de caules e galhos tortuosos aumento da frequência de
plantas que apresentam folhas largas.
d)
Diminuição da frequência de plantas epífitas diminuição da frequência de
plantas com adaptações a queimadas.
e)
Diminuição da frequência de plantas que germinam e crescem melhor sob a luz
direta do sol; aumento da frequência de plantas com adaptações a queimadas.
Resposta:
C
Comentário:
Além dos seis grandes biomas que
existem no Brasil (Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pampas e Mata
de Araucárias) se destacam ainda múltiplas e extensas faixas de transição entre
tais biomas, conhecidas como ecótonos vegetacionais. Diferentemente dos biomas,
nos ecótonos não é possível a visualização clara de um padrão vegetacional
comum nas suas formações, uma vez que esses misturam as feições dos biomas
adjacentes.
Destacam-se entre os vários ecótonos
brasileiros três formações vegetacionais complexas, sendo uma delas o Pantanal,
que recobre a zona de fronteira entre os estados do Mato Grosso e Mato Grosso
do Sul, apresentando grande riqueza de espécies típicas de praticamente todos
os demais biomas brasileiros. Tem-se ainda a Mata dos Cocais, no Nordeste do
país, no limite com a região Norte, onde se destacam as formações palmáceas,
como o Babaçu e a Carnaúba, fazendo a transição entre Caatinga e Amazônia. E
por fim, destaca-se o ecótono dos Mangues, que recobre extensas faixas
litorâneas na parte Leste do país, representeando a transição entre os
ambientes aquático e terrestre, com plantas adaptadas a esse ambiente alagado e
salino.
No caso mencionado pela questão
tem-se a transição entre o Cerrado e a Mata Atlântica, marcando, portanto, a
mudança entre uma formação savânica tropical, composta por espécies tropófilas
adaptadas à sazonalidade das precipitações, para uma formação florestal de
grande porte e elevada densidade, que recobre as áreas de morros e encostas
próximas ao litoral atlântico. Assim, na medida em que se afasta do Cerrado, a
tendência é a diminuição das plantas escleromórfitas (troncos e galhos
retorcidos, raízes longas e profundas, cascas grossas e cobertas por cortiça,
folhas pilosas e cerosas) ao passo que se tem o aumento da presença de plantas
latifoliadas (folhas grandes e largas), adaptadas ao ambiente com chuvas mais
abundantes e condições edáficas menos rigorosas ao desenvolvimento da flora.
Questão 25
O
tempo de decomposição dos diferentes resíduos sólidos condiciona a destinação
de cada tipo, visando a diminuir os impactos ambientais causados por seu
descarte. O gráfico mostra dois grupos de resíduos sólidos (X e Y) produzidos
pela população humana, com diferentes tempos de decomposição.
Com
base nessas informações e nos seus conhecimentos, é correto afirmar que as
a)
garrafas PET fazem parte do grupo Y, e sua destinação recomendada é o reuso e a
reciclagem.
b)
embalagens de papel fazem parte do grupo Y, e sua destinação recomendada é a
incineração.
c)
garrafas PET fazem parte do grupo X, e sua destinação recomendada é o aterro
sanitário.
d)
embalagens de papel fazem parte do grupo Y, e sua destinação recomendada é o
reuso e a reciclagem.
e)
garrafas de vidro fazem parte do grupo X, e sua destinação recomendada é a
incineração.
Note e adote:
Considere que os resíduos dos grupos X e Y foram expostos
às mesmas condições, sem decomposição acelerada.
Resposta:
A
Comentário:
A temática da produção e
principalmente da gestão dos resíduos sólidos é um dos principais problemas a
serem enfrentados pela administração pública na atualidade, principalmente no
que se refere aos espaços urbanos. Inegavelmente a sociedade capitalista contemporânea,
baseada no consumismo e na produção industrial massiva gera somas cada vez
maiores de lixo. Ao mesmo tempo desenvolvimento econômico promove ampliação do
poder de compra dessa sociedade, criando um ciclo contínuo de produção, uso e
descarte.
Assim, a adoção de políticas
ambientais de gestão dos resíduos produzidos se mostra vital para que se
mantenham condições mínimas de saúde ambiental e qualidade de vida nas áreas
urbanizadas. Um dos maiores desafios é a questão do tempo que tais resíduos
levam para se decompor naturalmente e serem reincorporados ao meio ambiente,
posto que a maior preocupação da indústria moderna seja oferecer comodidade na oferta
do produto e não propor soluções para o seu “pós-uso”. Dessa forma as
embalagens descartáveis se acumulam nas cidades e os impactos de sua existência
no meio ambiente podem se arrastar por séculos, dependendo do necessário tempo
de desintegração de cada material.
Podem-se agrupar os resíduos sólidos
em dois grupos principais, sendo o primeiro daqueles de degradação
relativamente rápida, e por consequência um pouco menos impactantes ao ambiente
(sejam eles biodegradáveis ou não), como os restos orgânicos e o papel, por
exemplo, os quais no gráfico apresentado pela questão seriam inseridos no “Grupo
X”. Já o segundo grupo seria composto pelos materiais cuja degradação requer
longos períodos de tempo, e consequentemente o impacto causado no ambiente se
torna mais duradouro. Esses seriam representados no gráfico da questão como “Grupo
Y”, com destaque para o vidro e as embalagens PET.
A mudança no perfil social, através
da redução do consumismo pelas populações seria a medida ideal para tal
temática. Porém, ela dificilmente ocorrerá. Resta, portanto, a implementação de
ações mitigadoras e paliativas para tais problemas, como a compostagem de
resíduos orgânicos para a produção de energia e fertilizantes bem como a adoção
de medidas de reuso e reciclagem para aqueles resíduos de maior tempo de
decomposição no ambiente.
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