Questão 31
A
chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán,
celebraram o 30o aniversário do fim da Cortina de Ferro. Convidada
por Orbán, Merkel viajou até a cidade fronteiriça de Sopron, na Hungria. Lá, em
19 de agosto de 1989, mais de 600 alemães da parte oriental aproveitaram a
abertura de um posto de fronteira com a Áustria, por ocasião de um “piquenique
pan-europeu”, para fugir para o lado ocidental. O evento foi uma fissura
crucial na Cortina de Ferro. “Eu não poderia ser uma política e não poderia ser
chanceler de uma Alemanha reunificada se esses eventos não tivessem
acontecido”, declarou Merkel.
(“Na
Hungria, Merkel e Orbán celebram fim da Cortina de Ferro e defendem Europa
‘unida’”. https://internacional.estadao.com.br, 19.08.2019. Adaptado.)
A
comemoração citada no excerto faz referência
a)
à adoção da livre circulação como estratégia para tornar os produtos europeus
homogêneos e mais competitivos mundialmente.
b)
à construção de vias de acesso sobre acidentes geográficos, que deram início à
União Europeia.
c)
ao fim das investidas neocolonialistas dos Estados Unidos, que mantinham a
Europa fragmentada.
d)
ao fim das zonas econômicas especiais, que estabeleciam espaços socioeconômicos
segregacionistas.
e)
ao fim da divisão física e ideológica entre a Europa Ocidental e o Leste
Europeu durante a Guerra Fria.
Resposta: E
Comentário:
A Divisão do continente europeu durante o contexto da Guerra Fria
se deu através do estabelecimento da chamada Cortina de Ferro, que era uma linha imaginária que demarcava os limites
entre as áreas de influência dos Estados Unidos, através do capitalismo, e da
União Soviética, através do socialismo. No período conhecido como “paz
armada” as duas superpotências estabeleceram uma série de acordos e tratados
(embora muitos deles não divulgados) visando evitar um conflito bélico entre as
duas nações, que culminaria em um holocausto nuclear, capaz de destruir o mundo
por completo. Entre esses acordos estava
a linha imaginária que cortava o “velho continente”, definindo a Europa
Ocidental e a Europa Oriental, capitalista e socialista, respectivamente.
A comemoração a que o texto é relativa a uma série de eventos que
marcaram o início da década de 1990, que culminaram com a derrocada do
socialismo soviético e o consequente estabelecimento da hegemonia capitalista
estadunidense, inaugurando o que de chama hoje de Nova Ordem Mundial.
Juntamente com o invalidação da Cortina de Ferro, outros acontecimentos
marcantes do contexto foram a queda do Muro de Berlim e a dissolução da União
Soviética, que deixaram claro o fim definitivo do período de bipolaridade
mundial, que durou de 1947 a 1991.
Questão 32
Examine
a imagem.
(Vinicius
Araújo. https://medium.com, 03.11.2017.)
A
imagem é uma crítica à
a)
automação.
b)
emancipação.
c)
transumância.
d)
bioindústria.
e)
globalização.
Resposta: E
Comentário:
A imagem apresentada pela questão trata-se de uma charge que faz referência a uma das feições mais
visíveis do processo de globalização, referente à padronização do comportamento
dos indivíduos na sociedade contemporânea, vinculada diretamente à
implantação e expansão da chamada cultura de massa, na qual as individualidades
são suprimidas em detrimento de um comportamento de grupo social, levando o
indivíduo a adaptar seu comportamento ao padrão da coletividade.
Essa massificação encontra-se associada ao padrão de consumo de
massa da sociedade moderna, no qual as empresas buscam estabelecer uma conduta
homogênea nos potenciais consumidores, para facilitar a produção e a oferta das
mercadorias, uma vez que o gosto se torna comum e os interesses se tornam similares
entre os consumidores.
Questão 33
De
acordo com o último Censo Agropecuário, esse modelo de agricultura é a base da
economia de 90% dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes. Além
disso, é responsável pela renda de 40% da população economicamente ativa do
País e por mais de 70% dos brasileiros ocupados no campo — 84% dos
estabelecimentos rurais respondem por essa lógica. “A tendência é esse número
crescer cada vez mais, principalmente com a procura por produtos
agroecológicos”, afirma o secretário Jefferson Coriteac, do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
(www.mda.gov.br,
12.06.2018. Adaptado.)
O
modelo de agricultura que reúne as características apresentadas no excerto
corresponde
a)
à agricultura familiar, que se apresenta restrita em área, mão de obra e
capital investidos.
b)
à agricultura orgânica, que se baseia no uso sustentável da terra e dos insumos
utilizados.
c)
à agricultura patronal, que se baseia na contratação de mão de obra qualificada
para seus cultivos.
d)
ao agronegócio, que se baseia no uso de tecnologia nas diferentes etapas do
processo produtivo.
e)
ao sistema agroflorestal, que se pauta no extrativismo de matérias-primas com
alto valor comercial.
Resposta: A
Comentário:
O texto traz informações acerca de uma pesquisa a respeito da
estrutura fundiária brasileira, destacando um tipo específico de propriedade,
onde se adota um modelo de produção próprio e um regime de trabalho
diferenciado daquele adotado pela chamada agricultura de alto rendimento. Esse modelo agrícola é chamado de agricultura
familiar, ou agricultura tradicional.
Em relação ao número de propriedades,
esse modelo é predominante no país, abrangendo mais de 80% do total de imóveis rurais, porém como são em sua quase totalidade
pequenas propriedades, esses imóveis respondem por uma parcela pequena da área agrícola
do país. Além do predomínio de áreas pequenas, a mão de obra nesse modelo agrícola é geralmente restrita ao núcleo
familiar, ou no máximo um pequeno número de funcionários contratados ou
associados, empregando baixo uso de
tecnologia produtiva, culminando em uma produção, geralmente, em pequena escala.
No caso brasileiro a produção da agricultura familiar é destinada
para o mercado interno, estando associada aos gêneros alimentícios mais
tradicionais da população, como mandioca, feijão, arroz e milho; diferentemente
do que acontece com o agronegócio ou agricultura patronal, cuja área ocupada é
muito extensa, o uso de tecnologia e insumos é intenso e a produção é destinada
ao abastecimento dos mercados externos, principalmente nos países
desenvolvidos.
Questão 34
Analise
o quadro que compara três modais para o transporte de uma carga com 6000
toneladas.
(Cássio
A. N. Teixeira et al. BNDES Setorial, no 47, março de 2018. Adaptado.)
Considerando
os indicadores de eficiência apresentados, o modal
a)
2 corresponde ao modelo rodoviário, viável por operar com reduzida emissão de
gases de efeito estufa.
b)
1 corresponde à navegação de cabotagem, eficiente para o transporte em grandes
distâncias.
c)
1 corresponde ao deslocamento aéreo, competitivo no transporte de mercadorias
de alto valor agregado.
d)
3 corresponde ao sistema ferroviário, capaz de absorver os impactos econômicos
no transporte de rejeitos industriais.
e)
2 corresponde ao complexo dutoviário, vantajoso para o transporte de grãos em
cinturões agrícolas.
Resposta: B
Comentário:
A tabela apresentada pela questão busca estabelecer um comparativo
entre três modais de transportes, no que tange ao consumo de combustível em
relação à carga transportada, a liberação de poluentes atmosféricos e o custo
final para cada tonelada de carga movimentada. Sabe-se que dos modais de
transportes atuais o que mais gera gasto de combustível em relação ao volume de
carga transportado e mais libera gases poluentes proporcionais é o rodoviário,
que na tabela é representado pelo modal 3.
Ao passo que o transporte ferroviário possui um consumo proporcional
de combustível bem inferior ao rodoviário, além de apresentar uma capacidade de
carga muito maior que os caminhões, tornando o custo final do frete muito
inferior ao anterior. Pode-se afirmar que na tabela o modal ferroviário
corresponde ao modal 2. E, tem-se o modal
aquaviário, que consome, em termos relativos, ainda menos combustível e possui
ainda mais capacidade de carga, implicando em menor emissão proporcional de
poluentes e consequente custo mais baixo de frete, como apresentado na tabela
pelo modal 1.
O transporte aquaviário pode ser dividido entre a navegação em águas
abertas, também chamada de internacional, (quando se cruzam grandes oceanos que
separam países e continentes) e a navegação
por cabotagem, quando o espaço navegado não extrapola os limites territoriais
da nação, percorrendo apenas as distâncias entre portos localizados em suas
porções litorâneas. Assim como a navegação internacional, a cabotagem tem
como vantagem a possibilidade de
deslocar grandes quantidades de cargas por extensas distâncias, com custos
econômicos (combustível) e ambientais (poluição) muito baixos,
principalmente quando comparado ao modal rodoviário.
Questão 35
Este
grupo tende a crescer no Brasil nas próximas décadas, como aponta a Projeção da
População, do IBGE, atualizada em 2018. A consultora em demografia e políticas
de saúde, Cristina Guimarães Rodrigues, considera necessário ter políticas
públicas voltadas para tratamentos de saúde, alimentação mais saudável e
exercícios físicos, além de construções e transportes mais acessíveis. “Há o
aumento de doenças crônicas”, cita, “que são doenças mais caras e requerem
tratamentos um pouco mais custosos”.
(Camille
Perissé e Mônica Marli. Retratos: a revista do IBGE, no 16, fevereiro de 2019.
Adaptado.)
O
excerto apresenta características relacionadas
a)
ao fluxo migratório.
b)
às políticas antinatalistas.
c)
às mudanças na população relativa.
d)
ao adensamento demográfico.
e)
ao envelhecimento da população.
Resposta: E
Comentário:
O excerto trazido pela questão faz menção a um processo que ocorre
atualmente no Brasil, em relação à composição demográfica do país, que é o
aumento relativo da população idosa, tal qual ocorrera nas potências mundiais a
partir da década de 1990. Sabe-se que as melhorias nas condições de vida da
população implicam no aumento da expectativa de vida e consequentemente no envelhecimento do país, afetando
diretamente a distribuição entre a População Economicamente Ativa – PEA e a
População Economicamente Inativa – PEI.
Por um lado o aumento da proporção de idosos na população nacional
é um sinal positivo de que as condições sanitárias e médicas estejam
melhorando, ele traz por outro lado uma preocupação futura, decorrente da
elevação da taxa de dependência (PEI), que
demandará mais gastos estatais com serviços ligados à previdência social e à
saúde pública.
Juntamente com a elevação dos gastos estatais com setores sociais,
o aumento proporcional de idosos indica ainda uma diminuição na proporção da PEA,
que conduzirá à redução na arrecadação de impostos pelo Estado, em um momento
em que, contraditoriamente, ele estará gastando mais. A elevação de gastos
estatais somada à redução de arrecadação pelo governo podem estabelecer um
quadro de crise econômica ou mesmo de recessão no país, prejudicando duramente
o desenvolvimento econômico e social da nação. Por isso a necessidade latente
de mudanças e reformas que sejam capazes de enfrentar esse novo quadro
demográfico.
Questão 36
Classificação dos estados de criticidade
• Entre
21 e 30% – Estado de Atenção
–
Evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11 e 15 horas;
–
Utilizar toalhas molhadas, recipientes com água, irrigar jardins etc.;
–
Sempre que possível, permanecer em locais protegidos do sol, em áreas vegetadas
etc.;
–
Consumir água à vontade.
• Entre
12 e 20% – Estado de Alerta
–
Observar as recomendações do Estado de Atenção;
–
Suprimir exercícios físicos e trabalhos ao ar livre entre 10 e 16 horas;
–
Evitar aglomerações em ambientes fechados;
–
Usar soro fisiológico para olhos e narinas.
• Abaixo
de 12% – Estado de Emergência
–
Observar as recomendações para os Estados de Atenção e de Alerta;
–
Determinar a interrupção de qualquer atividade ao ar livre entre 10 e 16 horas,
como aulas de educação física, coleta de lixo, entrega de correspondência etc.;
–
Determinar a suspensão de atividades que exijam aglomerações de pessoas em
recintos fechados, como aulas, cinemas etc., entre 10 e 16 horas.
(www.cgesp.org.
Adaptado.) As recomendações descritas devem ser adotadas quando houver
As
recomendações descritas devem ser adotadas quando houver
a)
atuação de ventos alísios.
b)
alta evapotranspiração.
c)
baixa umidade relativa do ar.
d)
formação de cumulonimbus.
e)
variação do gradiente térmico.
Resposta: C
Comentário:
A classificação dos estados de criticidade mencionados pela questão
se refere à Umidade Relativa do Ar – URA,
que corresponde à quantidade de vapor de água existente no ar atmosférico em
relação ao máximo possível desse gás suportada pela atmosfera, que chega até 6%
do “ar” total. Assim, quando a Umidade Absoluta do Ar - UAA atinge 6% significa
que a Umidade Relativa do Ar está em 100%.
Segundo a Organização Mundial da Saúde –
OMS o ideal para a vida é que a URA esteja entre 60% e 80%, e de acordo com essa
organização, valores abaixo de 30% já se mostram preocupantes para as condições
vitais dos seres humanos.
Como aproximadamente 70% do corpo humano é composto de água, quando a umidade
do ar se encontra muito baixa, a tendência natural é a perda excessiva de
líquidos, o que pode desencadear quadros graves de desidratação, por isso as
recomendações ou restrições relativas às atividades que exijam esforço físico
mencionadas no texto da questão.
Questão 37
Analise
o climograma.
(James
O. Tamdjian. Geografia, 2013. Adaptado.) Assinale a alternativa que apresenta a
vegetação correspondente ao climograma.
a)
b)
c)
d)
e)
Resposta: B
Comentário:
A questão apresentou a relação entre dois componentes básicos dos
ambientes terrestres, que são o clima e as formações vegetais, também chamadas
de biomas ou domínios morfoclimáticos. Há uma relação direta entre as feições
do clima (temperatura, insolação e umidade) e o desenvolvimento florístico das
diferentes regiões, sendo a flora de um lugar o reflexo direto das condições climáticas
às quais ele está exposto.
A partir do climograma apresentado pela questão pode-se observar
que se trata de uma localidade no
hemisfério Norte, uma vez que o verão encontra-se situado no meio do ano
(no hemisfério Sul esse período do ano representa a estação mais fria), com
temperaturas muito baixas durante esse inverno, chegando a atingir -10ºC nos
períodos de frio mais intenso. No verão a temperatura sobe e atinge valores
próximos a +10ºC, apresentando assim uma amplitude térmica anual de 20ºC. No
que tange às precipitações elas se encontram concentradas no período de verão,
atingindo valores máximos de 75 mm mensais, configurando assim um clima temperado continental.
Nas alternativas da questão são apresentadas fotografias relativas
a cinco grandes biomas terrestres, sendo que na primeira fotografia representa
formações vegetais campestres, compostas por vegetações tipicamente herbáceas
rasteiras, comuns nos biomas das Pradarias, típicas das faixas temperadas,
porém não de localidades tão frias quanto aquela representada pelo climograma. A segunda fotografia representa as
formações florestais de coníferas aciculifoliadas (pinheiros), típicas das
regiões temperadas mais frias do hemisfério Norte, onde são chamadas de Florestas
de Taigas ou Florestas Boreais.
Na terceira fotografia tem-se a representação de formações vegetais
de altitudes muito elevadas (montanhas) ou latitudes muito altas (calotas polares),
onde o frio é constante, a umidade é sempre muito baixa e as vegetações são
compostas apenas por líquens e musgos (briófitas), sendo esse bioma chamado de
Tundra. Na quarta fotografia apresenta-se uma formação florestal exuberante,
com as copas das árvores formando um dossel que cobre toda a superfície,
composta por relevos aplainados, que são drenados por caudalosos rios
meandrantes, sendo essa formação típica das baixas latitudes equatoriais, onde
se estabelecem os biomas das Florestas Latifoliadas, adaptadas aos climas
permanentemente quentes e chuvosos.
Na quinta fotografia é representada a composição faunística e
florística dos campos tropicais, também chamados de Savanas (na África) ou
Cerrados (no Brasil). Nesse bioma a vegetação se mostra heterogênea, composta
por estratos herbáceos, arbustivos e arbóreos, adaptada à sazonalidade das
estações do ano, onde se tem verões muito quentes e úmidos e invernos amenos e
secos.
Questão 38
Um
novo estudo realizado pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca
(ENSP/Fiocruz) na população indígena Yanomami constatou a presença de mercúrio
nas amostras de cabelo de 56% das mulheres e crianças da região de Maturacá, no
Amazonas, em níveis acima do tolerado pela Organização Mundial da Saúde. “O
mercúrio é disseminado pelas águas dos rios e a contaminação de seres humanos
se dá, especialmente, por meio da ingestão de peixes contaminados”, afirmou o
coordenador da pesquisa, Paulo Basta.
(Filipe
Leonel. “Contaminação por mercúrio se alastra na população Yanomami”.
www.ensp.fiocruz.br, 16.08.2019. Adaptado.)
A
contaminação por mercúrio apresentada no excerto está associada
a)
à calagem para eliminar a acidez do solo.
b)
ao terraceamento sem o controle de erosão.
c)
ao garimpo ilegal para a extração de ouro.
d)
à laterização para a extração da canga.
e)
a aterros sanitários sem a impermeabilização do terreno.
Resposta: C
Comentário:
O resultado da pesquisa realizada pela Escola Nacional de Saúde Pública
Sergio Arouca com uma parcela da população indígena da Amazônia trouxe como
resultado a contaminação por mercúrio de grande parte dos indivíduos
investigados, elemento químico sabidamente
utilizado em atividades de garimpo, já que ele facilita a separação do ouro de
outros componentes do solo.
Na Amazônia brasileira existem muitas reservas auríferas, ainda
pouco exploradas economicamente, e por tratar-se de uma região muito extensa a fiscalização do Estado não consegue
combater as práticas ilegais, que não adotam parâmetros e regras legais para a extração
do ouro, o que cria condições para que haja a contaminação das águas, solos e
populações que habitam as áreas onde a atividade é realizada.
Ao ser utilizado no garimpo o mercúrio é descartado no ambiente e passa
a contaminar a fauna e a flora. Por ser um composto não biodegradável, causa o
processo chamado de magnificação trófica, contaminando animas em diferentes
níveis da cadeia alimentar, sendo que a acumulação do composto (no caso o
mercúrio) se torna maior à medida em que se aproxima do topo da cadeia, onde
geralmente encontra—se o homem.
Questão 39
Capacidade hidrelétrica instalada por
sub-bacia hidrográfica, 2003
(Agência
Nacional de Energia Elétrica. Atlas de energia elétrica do Brasil, 2005.
Adaptado.)
Considerando
o mapa e conhecimentos sobre a produção de energia hidráulica brasileira,
pode-se afirmar que
a)
o relevo de planícies explica o baixo aproveitamento hidráulico da Bacia do
Amazonas.
b)
a grande distância dos centros consumidores explica o alto aproveitamento
hidráulico da Bacia do Paraná-Paraguai.
c)
o relevo de depressões explica o baixo aproveitamento hidráulico da Bacia do
Atlântico Leste.
d)
a grande diversidade biológica explica o alto aproveitamento hidráulico da
Bacia do Atlântico Nordeste-Norte.
e)
a retração da frente pioneira explica o alto aproveitamento hidráulico da Bacia
do Tocantins.
Resposta: A
Comentário:
O mapa apresentado pela questão divide o território nacional entre
as principais bacias hidrográficas existentes no país, e as relaciona com o
potencial hidráulico disponível e o seu aproveitamento econômico. Nota-se no
referido mapa que a maior parte do aproveitamento dos potenciais hidrelétricos
se encontra na porção Centro-Sul do país, onde também se dá a maior
concentração populacional e industrial brasileira, demandando assim maior
produção e oferta de eletricidade. Ao passo que nas porções mais ao Norte e
Nordeste o aproveitamento de tal potencial é menor, uma vez que ali, além da
menor concentração populacional existe também menor desenvolvimento industrial,
diminuindo a demanda e o consumo energético.
O potencial hidráulico de um rio está diretamente relacionado ao
relevo que se observa ao longo de seu curso, sendo que rios que cortam regiões
de planalto possuem maior potencial para a geração de energia, ao passo que
rios que cortam áreas de planície possuem maior potencial para o transporte
hidroviário. Sabe-se que na Bacia do Amazonas encontram-se os maiores potenciais
hidráulicos e hidroviários no país, sendo que o Rio Amazonas corta uma região
de planície, sendo ideal para o transporte, enquanto seus afluentes cortam
regiões de planaltos e depressões, sendo ideais para a instalação de usinas
hidrelétricas.
No caso da porção Centro-Sul do país, o elevado potencial instalado
encontra-se principalmente na Bacia do Paraná, que além de localizar-se em regiões
planálticas, insere-se na região de desenvolvimento econômico mais concentrado
do país, levando à instalação de grandes complexos hidrelétricos como Furnas e
Itaipu. Já no caso da Bacia do Amazonas, a combinação entre a baixa demanda
energética, que não justifica ainda o investimento pleno em aproveitamento
hidrelétrico (iniciado apenas nos anos 2000 com as obras das usinas de Jirau e
Santo Antônio no Rio Madeira e de Belo Monte no Rio Xingu) e a elevada
distância em relação aos grandes centros consumidores que causaria grande perda
da energia elétrica transportada ao longo das redes de transmissão (o Efeito
Joule causa perda crescente de eletricidade na medida em que se aumenta o
comprimento das linhas de transmissão).
Embora o gabarito oficial da questão tenha trazido que a resposta
correta seja o item “A”, que menciona o fato de o relevo de planície explicar o
pouco aproveitamento do potencial hidrelétrico da Bacia do Amazonas, considero
que, na verdade, o que limita o aproveitamento desse potencial é o baixo
consumo atual da região, associado à perda de eletricidade pelo Efeito Joule
nas linhas de transmissão, uma vez que para que o potencial ali seja tão elevado,
os rios afluentes do Amazonas devam cortar relevos de planalto e depressões (Planalto
da Amazônia Oriental, Planaltos Residuais Norte-Amazônicos, Planaltos Residuais
Sul-Amazônicos, Depressão da Amazônia Ocidental, Depressão Marginal Norte-Amazônica
e Depressão Marginal Sul-Amazônica). A região de planície corresponde apenas à
calha do Rio Amazonas, e representa menos de 10% da área da bacia hidrográfica,
não afetando decisivamente no potencial hidráulico de seus afluentes. Portanto, considero que a questão não
possui resposta totalmente correta.
Questão 40
Examine
o esquema.
(Paulo
A. Duarte. Fundamentos de cartografia, 2008. Adaptado.)
O
esquema corresponde
a)
à inclinação dos raios solares, ângulo que orienta as quatro estações do ano.
b)
aos fusos horários, fragmentação que estabelece as coordenadas geográficas na
Terra.
c)
à inclinação dos raios solares, condição que determina os períodos diurno e
noturno.
d)
aos fusos horários, sistema que responde ao movimento de rotação da Terra.
e)
aos fusos horários, convenção que determina os paralelos que cortam a Terra.
Resposta: D
Comentário:
O diagrama apresentado pela questão traz a divisão da Terra com
base em linhas que se separam a partir da calota polar em um hemisfério, se
afastam ao máximo na linha do Equador e se aproximam novamente na calota polar no
hemisfério oposto. A divisão dessas linhas obedece a valores contínuos de 15º
laterais, ao longo dos 360º de circunferência da Terra.
Essa divisão foi introduzida oficialmente a partir do início do
século XIX, visando o estabelecimento
dos fusos horários da Terra, tendo como referência uma linha imaginária chamada
de Meridiano de Greenwich, que passa pela cidade de Londres. A partir desse
meridiano de referência foram estabelecidos 12 fusos a Leste, todos adiantados
em relação ao fuso 0º e outros 12 fusos a Oeste, atrasados em relação ao
horário de Greenwich.
A justificativa para o estabelecimento
dos fusos horários mundiais é a diferença na angulação de incidência da
radiação solar sobre a superfície terrestre ao longo das 24 horas de um ciclo
de rotação. Assim, estando a
Terra girando em torno de seu próprio eixo, cada faixa de 15º de longitude
recebe a radiação de modo perpendicular em uma das 24 horas do dia, momento
esse que é chamado de zênite ou “Sol a pino”.
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