Enquanto você
dorme (ou nem tanto...) a geopolítica do século XXI se desenha.
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Por Éder
Israel
Nessa
semana foi anunciada a assinatura de um acordo multilateral entre Estados
Unidos, Japão e um monte de países muito animados, pensando que vão se dar bem,
seja no âmbito comercial ou econômico. Pobres países, tão jovens e já tão
iludidos...
O
tratado comercial assinado nesse início de outubro entre algumas das nações da
bacia do Oceano Pacífico simbolizou na verdade um primeiro passo efetivo em uma
ideia que era proposta ainda desde a Conferência de Seattle em 1993, quando foi
batizado, antes mesmo de surgir, de Asia-Pacific Economic Cooperation - APEC. Porém uma das maiores novidades que se observa hoje no
"novo" bloco de Estados Unidos e Japão é a ausência da China,
simplesmente o maior mercado consumidor (ainda potencial) e o maior exército de
reserva de mão de obra do mundo, além da Rússia, que é o maior país russo do
mundo... Outros membros a APEC foram também dispensados deste novo tratado.
Este
novo bloco, chamado agora de Parceria Transpacífico congrega um número menor de
países, sendo 12 contra os 21 membros da APEC, mas as intenções são por demais
ambiciosas. aspiram mais do que criar uma zona de livre comércio, onde as
mercadorias circulam sem o pagamento de impostos, ou pagando valores mínimos de
tarifas alfandegárias, querem frear a China...
Membros da APEC
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Membros da Parceria Transpacífico
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O
acordo capitaneado pelos Estados Unidos é realizado em um momento tenso, em que
a China tem tentado demonstrar seu poder e sua capacidade de assumir a posição
de maior potência mundial no século XXI, tal qual os estadunidenses fizeram no
século passado. Porém, os estadunidenses sabem muito bem o que pode acontecer
caso os chineses logrem êxito nessa empreitada, pois fizeram a mesma coisas no
final da Segunda Guerra Mundial, embora por meios diferentes...
Meus
alunos me perguntaram insistentemente essa semana que estamos vivendo uma nova
Guerra Fria, e eu torci o nariz em todas as vezes, mas agora já começo a rever
meus conceitos, embora o termo Guerra Fria não se enquadre no tipo de conflito
que se desenha atualmente,porém o 'modus operandi' da disputa geopolítica que
se configura entre Estados Unidos e China nesse início de século XXI conduz
cada vez mais para uma bipolaridade econômica, diferente, em termos, daquela
bipolaridade político-ideológica vista no pós Segunda Guerra Mundial.
Esta
nova disputa que se trava atualmente tende a tomar contornos cada vez mais
tensos nos próximos anos, principalmente pelas alianças que vêm sendo
realizadas, pois por um lado tem-se a manutenção da proximidade entre Estados
Unidos e Japão, estabelecida logo após a derrota do país asiático frente à
potência americana na Segunda Guerra Mundial. Por outro lado a China volta a se
aproximar política e economicamente da Rússia, tal qual viu-se na Guerra Fria,
porém agora com contornos antagônicos, pois no período de bipolaridade mundial
o lado mais forte da relação era o russo, mas dessa vez é a candidata a
potência asiática.
E
nessa semana houveram eventos importantes relacionados a essa "Guerra Fria",
e todos por coincidência ou não, localizados no Oriente Médio. Teria a corrida
espacial dado lugar a uma corrida petrolífera?
Vai
saber...
Continua...
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