Questão 25Sobre
a consequência da substituição do transporte aeroviário regional brasileiro
pelo transporte rodoviário, assinale a alternativa correta.
a)
Ampliação do número de empregos envolvidos diretamente nos municípios os quais
têm maior circulação de veículos nas rodovias.
b)
Aumento dos investimentos em combustíveis renováveis por meio de consórcios
regionais para garantir a qualidade das rodovias e a promoção da economia
nacional.
c)
Imposição de um transporte com grande quantidade de acidentes e que demanda
fiscalização constante do Estado.
d)
Necessidade de investimentos constantes por parte dos estados e do Governo
Federal com municípios dependentes da manutenção das rodovias para fluir o
cotidiano e a economia.
Resposta: D
Comentário
O
sistema de transportes do Brasil desempenha um papel fundamental sobre a economia
do país, posto que em um território de dimensões continentais, como é o
brasileiro, o deslocamento de pessoas e mercadorias é um fator chave para o
desenvolvimento regional e a integração espacial da nação. No caso brasileiro o
ideal seria um sistema dotado de múltiplos modais, sem que houvesse amplo predomínio
de apenas uma modalidade, mas caso houvesse esse predomínio que ele fosse preferencialmente
focado no transporte ferroviário, ideal para deslocamentos em grandes
distâncias; porém, ao contrário disso, o país se mostra amplamente dependente
do modal rodoviário, fato observado desde o período de governo de Juscelino
Kubitschek, quando o rodoviarismo passou a dominar o deslocamento de
mercadorias e pessoas no espaço nacional.
Correção
a)
Incorreto, pois o setor de transportes rodoviários não se configura como um
grande gerador de postos de trabalho diretos, embora indiretamente esse setor
possa promover certa movimentação econômica regional, gerando postos de
trabalho em outras atividades associadas ao transporte em si.
b)
Incorreto, pois a base energética do modal rodoviário brasileiro se assenta
sobre o diesel convencional (transporte de cargas) e gasolina (transporte
individual). Assim, essa mudança aumentaria ainda mais a dependência dos
derivados de petróleo, e não necessariamente dos biocombustíveis.
c)
Incorreto, pois apesar de o transporte rodoviário apresentar uma elevada taxa
de acidentes, a fiscalização constante, principalmente por fatores de segurança
civil, deve ser característica marcante de todos os modais de transportes, e
não apenas do rodoviário. Além disso, no Brasil historicamente o Estado se
mostra pouco operante na fiscalização de qualquer modalidade de transporte de
pessoas e cargas pelo país.
d)
Correto, pois apesar de o modal rodoviário demandar menor investimento na
implantação das vias, sua manutenção demanda investimentos muito grandes e
constantes, seja por parte do Estado (rodovias ainda públicas) ou das
concessionárias (no caso das privatizadas). Em um país exposto à dinâmica
climática tropical e sujeito ao transporte de excesso de carga pelos caminhões
(pela inoperância fiscalizadora do Estado), os danos às vias são muito mais
latentes, e consequentemente os custos para mantê-las em condições de
circulação se mostram também elevados.
Questão 26
A
imagem A apresenta o encontro de duas placas tectônicas e as consequências
desse processo natural por meio da propagação de ondas de energia que podem
gerar terremotos e (ou) tremores de terra. A imagem B tem o Brasil no centro de
uma placa tectônica e isso não o faz o epicentro dos choques das placas.
No Brasil, as causas dos terremotos ou dos tremores de terras, quando explicadas a partir das imagens A e B, demonstram que
a)
a imagem A representa o encontro direto de duas placas tectônicas que atingem o
Brasil pela propagação das ondas sísmicas as quais subtraem suas forças por ter
o Brasil no centro da placa sul-americana, conforme a imagem B.
b)
a imagem A simula a propagação de ondas sísmicas que somente atingirão o Brasil
se o epicentro for localizado no oceano Atlântico de acordo com a imagem B, que
destaca o oceano entre a placa africana e a placa sul-americana.
c)
a imagem A consiste num fenômeno sísmico não relacionado diretamente com o
movimento de placas tectônicas, e sim com a imagem B, que revela quatro placas
que incidem diretamente sobre a placa sul-americana e atingem o Brasil.
d)
a imagem A elenca diretamente a superfície terrestre como resultado exclusivo
das forças internas da Terra, o que promove a formação de cadeias montanhosas,
e essa formação independe da imagem B, que tem as placas tectônicas como
movimentos naturais.
Resposta: A
Comentário
A
dinâmica que rege a crosta terrestre encontra-se associada diretamente com a
dinâmica interna da Terra, principalmente na subcamada que separa a crosta e o manto,
conhecida como astenosfera, onde ocorrem as correntes convectivas do magma, que
arrastam as placas tectônicas, levando-as à interação nas porções de borda. Os
principais eventos geológicos, como abalos sísmicos, dobramentos modernos e
vulcanismo, se concentram nas porções marginais das placas tectônicas, onde os
contatos podem ser de modo convergente (fronteira destrutiva), divergente
(fronteira construtiva) e tangencial (fronteira conservativa ou transformante).
O Brasil se localiza na porção central da placa Sul-Americana, estando, pois,
em uma zona assísmica ou estável geologicamente, o que reduz sobremaneira a
intensidade e ocorrência dos eventos originários da interação das placas.
Correção
a)
Correto, pois na imagem A estão apresentadas duas placas tectônicas que se
interagem de modo a gerar um atrito, que origina a energia que é liberada na
forma de ondas sísmicas, que se propagam em todas as direções a partir da
origem da energia (hipocentro). Após atingir a superfície essas ondas sísmicas originam
o epicentro do abalo, a partir do qual a energia sísmica vai sendo dissipada e
perdida na medida em que ocorre seu deslocamento lateral. Como o Brasil
encontra-se no centro da placa Sul-Americana (imagem B) essa energia chega ao
país com uma intensidade muito menor que aquela observada na sua origem.
b)
Incorreto, pois as ondas sísmicas que atingem o Brasil, embora em menor
intensidade, são originadas principalmente no Oceano Pacífico, onde ocorre o
choque entre as placas Sul-Americana e de Nazca. O fundo do Oceano Atlântico (entre
África e América do Sul) no litoral brasileiro é marcado pela divergência de
placas, onde praticamente não são geradas ondas sísmicas, que dependem do
choque e do atrito das placas.
c)
Incorreto, pois o fenômeno sísmico representado na imagem A (abalo sísmico)
relaciona-se diretamente à movimentação das placas tectônicas, seja de forma
convergente ou tangencial, geradora de atrito e da energia a ser liberada
através das ondas sísmicas que se propagam do hipocentro ao epicentro. O Brasil,
por estar exatamente no centro da placa Sul-Americana não sofre nenhum choque
direto de quaisquer placas tectônicas.
d)
Incorreto, pois as formações e formas da superfície terrestre dependem da ação
combinada entre as forças internas ou endógenas (tectonismo, abalos sísmicos e
vulcanismo) e as forças externas ou exógenas (elementos e fatores do clima).
Embora a movimentação das placas tectônicas seja de fato natural, ele por si só
não é capaz de sozinha estabelecer as formas da parte externa da Terra.
Questão 27
Os
cientistas concordam que as atividades humanas, principalmente a queima de
combustíveis fósseis, estão aumentando os gases atmosféricos de efeito estufa
que absorvem radiação em ondas longas, atrasando as perdas de energia térmica
para o espaço.
Considerando-se
a temática abordada acima, assinale a alternativa correta.
a)
Os termos “aquecimento global” e “mudança climática global” são sinônimos,
visto que contemplam todos os efeitos do aquecimento da atmosfera relacionados
à umidade, à precipitação e à temperatura, que podem variar com a localização
geográfica.
b)
O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática) indica que o CO2,
emitido até os dias atuais, dificulta seriamente a chance de limitar o
aquecimento global a 1,5 ºC até o fim do presente século.
c)
É fato o consenso científico de que o aquecimento global é ocasionado por
atividades humanas, porém, em nível local, não é possível que os cientistas
identifiquem alterações climáticas, seja pela intensificação do efeito estufa
seja pelas ilhas de calor urbanas.
d)
Os registros climáticos de longo prazo têm demonstrado que os climas vêm
variando nos últimos 2 milhões de anos, sendo, dessa maneira, o aquecimento
global recente explicado pela variabilidade natural dos padrões climáticos da
Terra.
Resposta: B
Comentário
O
atual quadro de mudanças climáticas que assola a Terra decorre diretamente das
ações antrópicas que estabelecem profundas transformações na dinâmica natural
que rege os sistemas que compõem o planeta. O Aquecimento Global é no presente
a principal representação essa temática, posto que a ampliação do calor retido
na atmosfera pelos Gases do Efeito Estufa -GEEs impacta diretamente sobre a
vida das populações em todas as partes da Terra, e o efeito acumulativo desse
problema torna seus impactos mais marcantes e sensíveis ano após ano. A queima
dos combustíveis fósseis a partir da Primeira Revolução Industrial no século
XVIII encontra-se na raiz principal da elevação da concentração dos GEEs na
atmosfera no período contemporâneo.
Correção
a)
Incorreto, pois o Aquecimento Global configura-se como o mais sensível e
perceptível processo relacionado a um conceito maior, chamado de “mudança
climática global”. Porém, no espectro das mudanças climáticas encontra-se além
do aquecimento global a poluição dos oceanos, o desmatamento dos grandes biomas,
os processos de desertificação, dentre outros quadros de graves processos de
degradação.
b)
Correto, pois o IPCC, criado em 1988 no âmbito da Organização das Nações Unidas
– ONU tem o intuito de monitorar e identificar o quadro de mudanças climáticas
da Terra, bem como propor políticas e ações para a minimização dos impactos desse
processo sobre a economia e as sociedades. Para os cientistas do IPCC o estágio
máximo de mudança, que permitiria um retorno à normalidade atmosférica, seria
um aquecimento médio da Terra da ordem de 1,5ºC.
c)
Incorreto, pois os cientistas de fato convergem suas análises para a ideia de
que o Aquecimento Global decorre das ações e atividades antrópicas,
principalmente a queima dos combustíveis fósseis (aumento da concentração dos
GEEs) e o desmatamento (redução dos sumidouros de carbono). Porém, é sim possível
observar e identificar os impactos locais nos microclimas urbanos dessas ações
antrópicas degradadoras, como por exemplo nas ilhas de calor, chuvas ácidas e
inversões térmicas.
d)
Incorreto, pois embora as análises dos paleoclimas terrestres realmente
apresentem ciclos de intensa variabilidade nas condições de temperaturas
terrestres, intercalando períodos de glaciação e aquecimento do planeta, o
atual quadro de aquecimento global, principalmente sua intensidade, decorre de
fato das ações antrópicas, principalmente aquelas implementadas pelas
sociedades industriais a partir do século XVIII.
Questão 28
O
mapa apresenta a distribuição das áreas sedimentares e cristalinas no Polígono
das Secas no Nordeste brasileiro (semiárido). A predominância de áreas
cristalinas contribui para que o Polígono das Secas exista, somado ainda à
baixa pluviosidade anual dessa região com temperaturas elevadas em quase o ano
todo. As áreas sedimentares são responsáveis por reterem maior volume de água
subterrânea e com isso podem propiciar uma melhor qualidade de vida para a
população. Considerando-se o mapa e as informações apresentadas, são
características fundamentais do Polígono das Secas
a)
áreas sedimentares mais adequadas à construção de açudes para armazenar água
das chuvas por possuírem solos impermeáveis.
b)
áreas cristalinas com maior capacidade de absorção da água da chuva quando
situadas fora do Polígono das Secas.
c)
solos de áreas cristalinas pedregosos e solos de áreas sedimentares arenosos.
d)
solos sedimentares responsáveis pelo acelerado processo de desertificação.
Resposta: C
Comentário
A
estrutura geológica do Brasil é dividida entre os Escudos Cristalinos, que
recobrem cerca de 36% do território nacional e as Bacias Sedimentares, que recobrem
os demais 64% da superfície do país. Em geral as estruturas do país são muito
antigas, sendo os escudos ainda mais pretéritos que as bacias. No que tange à
resistência, os escudos são muito mais rígidos e resistentes ao intemperismo e
à erosão, quando comparados às bacias sedimentares, o que implica diretamente
sobre as características dos solos que se formam sobre essas duas estruturas,
bem como sobre os recursos minerais nelas disponíveis, sendo os minerais metálicos
concentrados nas estruturas cristalinas e os combustíveis fósseis presentes nas
estruturas sedimentares.
Correção
a)
Incorreto, pois nas áreas sedimentares as rochas apresentam maior porosidade, o
que as torna mais permeáveis e facilitadoras do fluxo das águas. Assim, ao se
construir açudes em áreas sedimentares grande parte da água ali represada iria
infiltrar para as camadas mais profundas do solo.
b)
Incorreto, pois as áreas cristalinas apresentam menor permeabilidade para a
água, tornando essas estruturas pouco capazes de absorver as águas da chuva,
diferentemente do que se observa em áreas de coberturas sedimentares.
c)
Correto, pois nas áreas cristalinas, de maior resistência geológica o processo
de intemperismo é mais lento e menos intenso, o que origina solos pouco
desenvolvidos, rasos e pedregosos, classificados como litossolos. Já áreas sedimentares,
por serem menos resistentes às intempéries, originam solos mais desenvolvidos e
profundos e arenosos, como no caso dos latossolos e os solos de massapé, típicos
do Nordeste brasileiro.
d)
Incorreto, pois o processo de desertificação que se observa no interior do
Sertão Nordestino no presente decorre de ações antrópicas, associadas
principalmente ao desmatamento de áreas de Caatinga e à adoção de práticas de irrigação
inadequada em terrenos semiáridos, que intensificam a salinização do solo. A estrutura
geológica e o tipo de solo apresentam pouca influência direta sobre a
desertificação.
Questão 29
Josué
de Castro, em seu livro de 1946 “Geografia da Fome”, afirmou: “É que ao
imperialismo econômico e ao comércio internacional a serviço do mesmo
interessava que a produção, a distribuição e o consumo dos produtos alimentares
continuassem a se processar indefinidamente como fenômenos exclusivamente
econômicos — dirigidos e estimulados dentro dos seus interesses econômicos — e
não como fatos intimamente ligados aos interesses da saúde pública”.
A
partir do trecho do livro de Josué de Castro, depreende-se que
a)
os preços dos alimentos dependem do imperialismo para que a economia tenha
progresso.
b)
os interesses do mercado prevalecem sobre a qualidade de vida do povo
brasileiro.
c)
a importância da produção de alimentos com qualidade beneficia a saúde pública
brasileira.
d)
a prevalência de uma economia de mercado tem ampliado a produção de alimentos
como commodities.
Resposta: B
Comentário
A
problemática contemporânea ligada à fome deve ser analisada sob uma perspectiva
muito maior e mais ampla que aquela tradicional que a tentava explicá-la apenas
pela associação entre o volume da produção de alimentos pela agricultura e a
dimensão numérica das populações das nações. Há muito tempo a fome deixou de
ser uma questão meramente quantitativa e se tornou cada vez mais um traço
qualitativo das sociedades contemporâneas, relacionada muito mais à capacidade
econômica das populações do que às condições ambientais favoráveis ou
desfavoráveis ao cultivo e à produção agrícola. Nunca se produziu tanta
mercadoria agrícola como agora, mas também nunca tanta gente teve fome, como no
presente.
Correção
a)
Incorreto, pois os alimentos, como quaisquer outros produtos primários,
agrupados hoje no conjunto conhecido como commodities têm seus preços
regulados pelo mercado global, e consequentemente a lei da oferta e procura,
naquilo que se condicionou a chamar de Divisão Internacional do trabalho – DIT,
e não ao imperialismo.
b)
Correto, pois os interesses do mercado, principalmente o mercado externo, tem norteado
as ações produtivas no campo brasileiro, o que leva à priorização desses
mercados externos e não aos mercados internos. Isso faz com que o mercado
global tenha prioridade sobre aquilo que é produzido no campo brasileiro, e não
os interesses da própria população nacional.
c)
Incorreto, pois embora a produção de alimentos com qualidade de fato traga
benefícios à saúde pública, no caso brasileiro os alimentos são produzidos com
foco na lucratividade (agricultura comercial) e não na qualidade dos produtos
(agricultura orgânica). Torna-se errado ainda por conta da ideia trazida de que
a produção alimentar brasileira seja voltada às demandas do próprio mercado
interno, quando na verdade o foco é a exportação.
d)
Correto/Incorreto, pois embora de fato o Brasil tenha a prevalência da economia
de mercado, sendo o país inserido na DIT como fornecedor global de produtos
primários (commodities) e que o grande problema desse modelo é que a
maioria dos produtos agrícolas é vista hoje como matérias primas para
atividades industriais e não meramente como alimentos para as populações, o item D se mostra inadequado para responder à
questão, posto que o comando dela pede para o candidato basear-se no texto apresentado.
Assim sendo, o item B se mostra mais coerente com o texto e o comando da
questão, apesar de o item D estar também correto, em termos conceituais.
Questão 30
A
respeito da industrialização brasileira, considere as afirmações abaixo.
I - O processo de industrialização no Brasil
pode ser dividido em fases historicamente delimitadas: 1530-1808 (em que as
indústrias estavam proibidas); 1808-1930 (quando surgem as primeiras fábricas);
1930-1956 (período marcado pelos investimentos do governo Vargas) e 1956-2022
(iniciado com o estímulo à indústria de automóveis, seguido da abertura ao
capital estrangeiro).
lI
- A industrialização brasileira pode ser considerada tardia, uma vez que as
indústrias foram instaladas de modo pouco concentrado no território, fato
evidenciado, desde seu início, pelo equilíbrio industrial entre as grandes
regiões.
IlI
- A desindustrialização brasileira é um processo que tem ocorrido gradualmente
desde a década de 1980, associada, grosso modo, a um aumento das exportações de
produtos primários (reprimarização da economia) e a um crescimento do setor de
serviços.
IV
- Nas décadas de 1980 e 1990, sobretudo nos governos Fernando Collor e Fernando
Henrique Cardoso, foram desenvolvidas propostas neoliberais (indicadas pelo
Consenso de Washington), em que indústrias multinacionais se instalaram em
regiões não industrializadas, ocasionando uma relativa desconcentração
industrial no país.
Assinale
a alternativa que apresenta as afirmativas corretas.
a)
Apenas I e IlI.
b)
Apenas lI e IV.
c)
Apenas lI e IlI.
d)
Apenas I, III e IV
Resposta: D
Comentário
O
processo de industrialização do Brasil teve seu início efetivo a partir da Crise
de 1929, quando Getúlio Vargas assume o poder no país e inicia uma política de
massivos investimentos estatais no setor produtivo, que daria origem ao chamado
Nacional Desenvolvimentismo, quando grandes empresas estratégicas foram
criadas. Posteriormente, no pós-Segunda Guerra Mundial, o país inicia um
processo de abertura da economia para as empresas multinacionais, marcadamente
a partir do governo Juscelino Kubitschek. Esse processo culminou na implementação
do Neoliberalismo a partir do fim da década de 1980, maximizando a abertura da
economia aos capitais e indústrias estrangeiros.
Correção
I
- Correto, pois antes do início efetivo do processo de industrialização na
década de 1930 o Brasil viveu um período de “surto industrial”, com a criação de
fábricas, no período entre a chegada da Família Real ao país (1808) e o fim do Ciclo
do Café (1930). Porém, antes desse período, sob o Pacto Colonial, havia a
proibição da instalação de fábricas no país. Posteriormente, a partir dos anos
1950, inicia-se a internacionalização da economia, com a chegada das primeiras
indústrias multinacionais, processo esse que culminaria no Neoliberalismo no
final do século XX.
II
- Incorreto, pois embora a industrialização brasileira tenha sido tardia
(iniciada apenas no início do século XX) ela se inicia de modo concentrado nas
grandes capitais do Sudeste, com destaque para São Paulo e Rio de Janeiro,
tendo assim permanecido até meados da década de 1970, quando enfim se inicia um
processo de desconcentração, que ainda hoje não eliminou totalmente o desequilíbrio
industrial entre as regiões.
III
- Correto, pois o processo de desindustrialização ou deseconomia de aglomeração
se inicia no fim dos anos 1970 e início dos anos 1980, e marca o processo de redução
do papel da atividade industrial na pauta de exportações do país, e
consequentemente na composição geral do PIB. Isso se deve à valorização de
outros setores econômicos, com destaque para o setor da produção e exportação das
commodities e o setor do comércio e prestação dos serviços, que passam a
compor uma parcela cada vez mais significativa na geração de riqueza no país.
IV
- Correto, pois como resultado do nascimento da Nova Ordem Mundial, no período
posterior à Guerra Fria, as nações em desenvolvimento da América Latina aderiram
à doutrina neoliberal, que defende a redução da participação do Estado na
economia, a ampliação da abertura da economia para os investimentos estrangeiros
diretos e indiretos, além dos cortes nos gastos públicos. Juntamente à maior
chegada de indústrias multinacionais ocorreu uma interiorização da economia, o
que condicionou relativa desconcentração industrial das regiões anteriormente
polarizadoras da atividade.
Questão 31
Observe
o mapa abaixo.
A
respeito do mapa acima, analise as seguintes afirmações.
I
- Os países representados pelos números 1 e 2 são Índia e Paquistão,
respectivamente. O número 3 corresponde ao território da Caxemira, região essa
atualmente dividida entre os países mencionados (Índia e Paquistão) e a China.
II
- A Caxemira (número 3) corresponde a um território autônomo com governo hindu
e população de maioria muçulmana, o que gera um interesse de anexação por parte
da Índia (número 1) e do Paquistão (número 2) por diferentes motivações.
III
- A Índia (número 1) e o Paquistão (número 2) são países que disputam o
controle da Caxemira (número 3) por questões estratégicas para ambos, especialmente
em relação aos recursos hídricos, pois é onde se encontram importantes
mananciais, como os afluentes do rio Indo.
IV
- A disputa pelo controle da Caxemira (número 3), não pertencente à Índia e ao
Paquistão, pode ser considerada desigual, pois somente a Índia (número 1)
possui armamento nuclear, o que constitui uma enorme tensão para o Paquistão na
atualidade.
V
- Além de questões históricas, as diferenças religiosas e culturais entre Índia
(número 1) e Paquistão (número 2) acentuam o interesse de ambos pelo controle
da Caxemira (número 3), sendo a Índia predominantemente hinduísta e o Paquistão
islâmico.
Assinale
a alternativa que apresenta as afirmativas corretas.
a)
Apenas I, IlI e V.
b)
Apenas II e IV.
c)
Apenas I, IlI e IV.
d)
Apenas II e V.
Resposta: A
Comentário
A
Índia passou por um tardio processo de descolonização por parte da Inglaterra,
tendo alcançado sua independência política apenas após a Segunda Guerra Mundial.
Esse processo de emancipação levou à divisão territorial do que se convencionou
a chamar de Índia, durante o domínio britânico, que após a fragmentação deu origem
à atual Índia, o Paquistão e Bangladesh. Apesar da divisão dos territórios a
paz plena não se instaurou entre essas nações, posto que Índia e Paquistão
encontram-se hoje em plena disputa territorial pela região montanhosa da
Caxemira, estratégica principalmente por questões hídricas.
Correção
I
- Correto, pois a porção no extremo Norte da Índia (1) corresponde à região
montanhosa da Caxemira (3), que se encontra em litígio entre esse país e o
Paquistão (2). Ambas as nações possuem grandes interesses nessa área por conta
da disponibilidade de recursos hídricos ali presentes. Além de Índia e
Paquistão a China (situada ao Norte) também tem interesse de dominar essa área.
II
- Incorreto, pois a Caxemira perdeu recentemente seu caráter autônomo, por
conta de ações do governo indiano comandado por Narendra Modi, que implantou um
regime de base Hindu e feições autoritárias, que reduziu as liberdades políticas
da população predominantemente muçulmana dessa região, que possuía durante esse
período de relativa autonomia um governo de base igualmente muçulmana.
III
- Correto, pois o maior interesse de Índia, Paquistão e China na região
montanhosa da Caxemira se relaciona exatamente ao número de nascentes e cursos
hídricos que ali se estabelecem, que possuem um caráter econômico vital para
essas nações asiáticas, o que eleva as tensões ao grau de pré-guerra entre
essas nações.
IV
– Incorreto, pois os territórios da Caxemira (3) encontram-se ainda sob litígio
pelas três nações asiáticas, principalmente Índia (1) e Paquistão (2). Um sério
agravante para esse conflito, é que tanto Índia quanto Paquistão e China são hoje
nações dotadas de poderio nuclear, herdado do período de aliança com a União
Soviética durante a Guerra Fria. Trata-se, pois, de um conflito que pode a
qualquer momento desencadear uma guerra de grande potencial destrutivo, dado o
poderio bélico dos envolvidos.
V
- Correto, pois um dos fatores responsáveis pela divisão dos territórios
indianos após a independência do país, ao término da Segunda Guerra Mundial,
foi justamente a discordância religiosa entre a população indiana (1),
marcadamente hindu e a população paquistanesa (2), predominantemente muçulmana.
Na Caxemira (3) a maior parte da população profetiza a fé islâmica, tal como a população
paquistanesa.
Questão 32
Considere
as três principais classificações do relevo brasileiro propostas por diferentes
autores em períodos distintos, representadas nos mapas abaixo.
Sobre
a classificação do relevo brasileiro, assinale a alternativa incorreta.
a)
A classificação de Aziz Ab’Saber (Mapa 2) apresentou diferenças de delimitação
e de nomenclatura dos planaltos e das planícies, quando comparada à proposta de
Aroldo de Azevedo (Mapa 1), devido aos diferentes critérios adotados pelos
autores.
b)
A classificação de maior detalhamento do relevo brasileiro é de Jurandyr Ross
(Mapa 3), que utilizou dados e informações do Projeto RadamBrasil para
compartimentação do território em 28 unidades, sendo 11 planaltos, 6 planícies
e 11 depressões.
c)
As classificações de Aroldo de Azevedo (Mapa 1) e de Jurandyr Ross (Mapa 3)
foram elaboradas mediante critérios altimétricos. Além disso, Jurandyr Ross
incluiu também a atuação de processos geomorfoesculturais em sua proposta.
d)
A classificação, proposta por Aroldo de Azevedo (Mapa 1), foi baseada em
processos de esculturação do relevo (erosão e sedimentação), ao passo que a
compartimentação de Aziz Ab’Saber (Mapa 2) foi fundamentada em critérios
altimétricos.
Resposta: D
Comentário
Ao
longo do século XX o relevo brasileiro passou por sucessivos processos de classificação
e mapeamento, que evoluíram e se tornaram mais eficientes na medida em que os
conhecimentos e tecnologias eram desenvolvidas e apresentadas para os pesquisadores.
Nessa temática foi realizada inicialmente a classificação por Aroldo de
Azevedo, baseada apenas nas cotas altimétricas do relevo, substituída posteriormente
pela classificação de Aziz Nacib Ab’Saber, baseada apenas nos processos
geomorfológicos, e por fim pela classificação de Jurandyr Ross, que mesclava as
cotas altimétricas aos processos geomorfológicos, sendo essa última a
classificação oficial adotada hoje pelo Estado brasileiro.
Correção
a)
Correto, pois assim como na classificação de Aroldo de Azevedo, na
classificação elaborada por Aziz Ab’Saber o território brasileiro é dividido
apenas entre planaltos e planícies. Porém a diferenciação é que para Ab’Saber essas
duas unidades foram classificadas segundo os processos geomorfológicos, onde
planaltos possuem predomínio de processos erosivos, enquanto planícies tem
predomínio de processos deposicionais.
b)
Correto, pois a classificação elaborada no final dos anos de 1980 por Jurandyr
Ross trouxe maior detalhamento ao relevo brasileiro, dividindo-o em 28
unidades, tendo pela primeira vez sido identificadas as depressões no
território brasileiro. Esse grau de detalhamento se deve ao uso das informações
obtidas por Sensoriamento Remoto, através das fotografias aéreas do Projeto
RadamBrasil.
c)
Correto, pois os critérios altimétricos foram usados como referência tanto pela
classificação de Aroldo de Azevedo quando por aquela elaborada por Jurandyr
Ross, porém nessa segunda, além das cotas altimétricas são considerados também
os processos geomorfológicos (erosão e deposição) na caracterização das 28
unidades de relevo no país.
d)
Incorreto, pois na realidade a classificação de Aroldo de Azevedo foi
inteiramente baseada nos critérios altimétricos, definindo os planaltos como
áreas acima de 200 metros de altitude, e as planícies como áreas abaixo dos 200
metros de altitude. Já a classificação de Aziz Ab’Saber foi inteiramente
baseada nos processos geomorfológicos, definindo os planaltos como áreas onde
predominam os processos erosivos, e as planícies como áreas onde predominam os
processos de deposição.
